Em 2015, Johnny Hooker lançou o álbum “Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!”, que lhe rendeu o Prêmio da Música Brasileira de Melhor Cantor. Neste sábado (30/8), ele traz a BH a turnê “Macumba 10 anos”, comemorando o álbum que o projetou nacionalmente. A apresentação está marcada para as 21h, no Cine Brasil.

Johnny vai cantar as faixas do “Macumba” na íntegra, além de canções mais recentes de seu repertório, como “Cuba”, “Caetano Veloso” e “Beija-flor”.

“Esse álbum me salvou de muitas maneiras, foi o meu primeiro trabalho solo, levou a minha música para os quatro cantos do país. Na época, eu tinha 26 para 27 anos e já estava na música há um tempo. Na minha cabeça, a virada de chave não poderia demorar muito mais, especialmente em uma indústria tão etarista quanto a musical”, afirma Johnny.

De Bowie ao brega

Diferentes artistas, bandas e até um cineasta influenciaram o álbum. Amy Winehouse, Caetano Veloso, David Bowie, Madonna e o diretor David Lynch inspiraram Hooker, além do frevo e do brega, ritmos marcantes para a consolidação do artista no Recife.

“É uma percussão forte, as raízes também, como o maracatu”, diz o cantor pernambucano. “É uma cidade de cultura e multiculturalismo muito fortes. Temos influências europeias, africanas e indígenas, tudo isso se mistura na nossa música. Crescer no Recife foi um grande privilégio, no sentido de absorver tantas influências artísticas”, explica Johnny.

No álbum, o cantor e compositor fala de liberdade sexual e decepções amorosas, com versos repletos de drama, sentimento e dor de cotovelo.

“O 'Macumba' foi feito com pouquíssimo dinheiro, o projeto precisou ser gravado em três dias. Nessa correria por conta do orçamento, sinto uma energia meio punk nele, meio ‘do it yourself’, meio vamos fazer o melhor com o que temos. Por ser meu primeiro álbum solo, ele acabou criando uma assinatura, trazendo à tona uma identidade”, comenta.

Artista LGBT+, Hooker participa ativamente da luta em busca dos direitos e de segurança para esta comunidade. Uma das canções de maior sucesso do artista é “Flutua”, parceria com a cantora Liniker e a banda Os Caramelows, com 35 milhões de streams no Spotify. “Ninguém vai poder querer nos dizer como amar”, cantam eles.

Com 37 anos, Hooker se preocupa com o etarismo na indústria musical. “Esta questão vem sendo conversada nos últimos 10 anos. Madonna lidera o movimento de falar que idade não importa. Hoje em dia, temos muitos cantores e cantoras no auge dos 50, 60 anos, eles seguem produzindo, bombando como nunca. Acho que isso tem melhorado”, observa.

“MACUMBA 10 ANOS”

Show do cantor Johnny Hooker. Neste sábado (30/8), às 21h, no Cine Theatro Brasil (Praça Sete, Centro). Inteira: R$ 220 (plateia 1A), R$ 180 (plateia 1B), R$ 160 (plateia 2A), R$ 140 (plateia 2B) e R$ 120 (plateia 2C). Meia-entrada na forma da lei. Ingressos à venda na plataforma Eventim.


* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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