ARTES CÊNICAS

Jéssica Teixeira abre o Acessa BH com o solo ‘Monga’

Espetáculo sobre a artista mexicana Julia Pastrana será apresentado nesta sexta (5/9), no Sesc Palladium. Ela também dirige ‘Azul marítimo’, atração de sábado

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O Festival Acessa BH dá a largada em sua quinta edição neste fim de semana, com apresentações dos espetáculos “Monga” (CE), de Jéssica Teixeira, nesta sexta-feira (5/9); “Azul marítimo” (RS), de Victor Di Marco, amanhã; e “O corpo, o peso, o descanso” (CE), de Céu Vasconcelos, no domingo, no Sesc Palladium. Sessão de curtas e o lançamento do livro com a dramaturgia de “Monga” também estão previstos. A programação completa se estende até o próximo dia 28.


O Festival Acessa BH foi criado em 2021 para dar protagonismo às pessoas com deficiência, tanto nos palcos como no centro dos debates, e trazer o assunto da inclusão e da acessibilidade para a pauta e a prática cotidiana. Esta quinta edição conta com 30 atrações, vindas de nove estados brasileiros, e uma participação internacional. A programação incorpora diferentes linguagens artísticas.


Além do Sesc Palladium, a Funarte-MG, o Centro Cultural Unimed-BH Minas e o Cine Humberto Mauro abrigarão o Acessa BH. Laís Vitral, idealizadora e curadora do evento ao lado de Daniel Vitral, ressalta que este fim de semana de estreia da edição 2025 é dedicado a Jéssica Teixeira. Além de protagonizar o espetáculo e lançar o livro “Monga”, ela responde pela direção de “Azul Marítimo”, que terá bate-papo com o público após a sessão.


Em 2024, Jéssica fez a pré-estreia de “Monga”, que agora abre o Acessa. O espetáculo solo evoca a artista mexicana Julia Pastrana (1834-1860), conhecida como “mulher gorila”, devido a uma condição genética rara, e discute a marginalização de corpos dissidentes e a exploração da imagem. Ao tensionar o que é visto como natural ou monstruoso, o espetáculo mistura terror psicológico e doses de humor.


Laís observa que, na pré-estreia, “Monga” era pouco mais do que um esboço, e agora chega finalizado e consagrado, depois de circular por mais de 10 países da Europa e render a Jéssica o 35º Prêmio Shell de melhor direção. “É uma potência, por isso quisemos trazer de novo. Ela participa do Acessa desde a segunda edição, então sabemos de sua força. Jéssica tem alcançado lugares incríveis. Para nós é uma alegria, porque já está virando uma madrinha do festival”, diz.


Excetuando-se a atriz e diretora cearense e Hermeto Pascoal, que se apresenta no próximo dia 13, todas as outras atrações de fora são estreantes no festival. “Muitos deles estão vindo para BH pela primeira vez. Também pela primeira vez vamos contar, este ano, com a presença de artistas da região Norte do país e com uma atração internacional, Dora Colquhoun, do Reino Unido”, cita Laís.


Movimentos involuntários

Revelado primeiramente como cineasta, Victor Di Marco faz sua estreia em cena com o solo “Azul marítimo”. Seu trabalho aborda temas relacionados à deficiência e à comunidade LGBTQIAP+. A peça que apresenta no Acessa BH explora os movimentos involuntários do corpo como ondas persistentes, navegando entre o íntimo e o erótico. Di Marco é o diretor do curta “Zagêro”, que também está na programação do festival.


"Eu quis investigar meu corpo como linguagem cênica, por isso foi natural chamar Jéssica para a direção. Somos amigos e admiro muito o trabalho dela. Abandonamos a palavra 'controle' e começamos a pesquisar o que sobra nas técnicas das artes cênicas quando esse conceito é deixado de lado”, afirma ele. “'Azul marítimo' fala muito sobre meu desejo, meus sonhos, e não sobre o que me dói. No contexto em que a gente vive, é algo revolucionário."


Com a performance “O corpo, o peso, o descanso”, o artista Céu Vasconcelos propõe uma “andança aleijada” com o uso de uma prótese de quatro metros, reivindicando espaço e memória coletiva a partir de um corpo marginalizado. “Ele se refere a si mesmo como uma 'bixa aleijada'. Os próprios artistas fazem essa provocação com seus corpos, que são políticos. Jéssica diz que seu corpo estranho é o principal objeto de cena. Costuramos a curadoria a partir dessas provocações”, destaca Laís.


Hermeto e Caio Blat

A vasta programação do Festival Acessa BH 2025 segue para além deste fim de semana com várias atrações de destaque. Uma delas é a peça “Os irmãos Karamázov” (RJ), estrelada por Caio Blat, que também responde pela direção, junto com Marina Vianna.

A montagem, que será apresentada no dia 12/9, no Centro Cultural Unimed-BH Minas, conta com o uso de Libras nos diálogos e na linguagem gestual da encenação, além de outros recursos, como efeitos sonoros e suportes táteis.

No mesmo local, Hermeto Pascoal apresenta, no dia 13/9, um show repleto de improvisações, experimentações sonoras e o uso criativo de instrumentos inusitados – como chaleiras, copos e o próprio corpo. Conhecido como “Bruxo”, Hermeto é albino e tem baixa visão, condição que nunca o impediu de transformar sons do cotidiano em linguagem musical. Outros destaques são o solo “Capengá!” (SP), de Estela Lapponi, “Pequeno tratado sobre a leveza das pedras” (PA), de Rô Colares, e “Hereditária” (RJ), de Moira Braga, com Isadora Medella e Luize Mendes Dias.

FESTIVAL ACESSA BH 2025
A partir desta sexta-feira (5/9) até 28/9, com apresentações, neste fim de semana, dos espetáculos “Monga”, de Jéssica Teixeira, hoje, às 20h; “Azul Marítimo”, com Victor Di Marco, amanhã, às 20h, e “O corpo, o peso, o descanso”, com Céu Vasconcelos, domingo, às 17h, no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro), onde também haverá, no domingo, sessão de curtas, às 18h, e lançamento do livro “Monga”, às 19h. Todas as atrações têm entrada gratuita, com retirada de ingressos 1 hora antes de cada espetáculo, limitados a dois por pessoa. A programação completa do evento pode ser conferida no site do festival

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