A pianista carioca Clélia Iruzun está de volta ao Brasil para um dos raros compromissos que realiza anualmente em seu país de origem. Nesta quarta-feira (3/9), às 20h, ela se apresenta no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, na série “Pianíssimo”. A noite contará também com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob regência do maestro convidado Miguel Campos Neto.

Miguel esteve à frente da Sinfônica de Minas Gerais pela primeira vez em 2018. Esta será a estreia de Clélia ao lado da orquestra mineira, a convite da regente titular Ligia Amadio.

Radicada em Londres desde os tempos de universidade, quando conquistou bolsa para estudar na Royal Academy of Music, Clélia construiu carreira internacional sem perder o vínculo com o Brasil. Ela costuma voltar cerca de duas vezes por ano ao país natal para fazer concertos.

Depois de BH, ela também vai tocar em São Paulo, em 21 de setembro, no recém-inaugurado Estação Motiva Cultural.

O repertório da “Pianíssimo” gira em torno da música romântica, com obras de três compositores de diferentes países: o polonês Frédéric Chopin (1810-1849), a francesa Augusta Holmès (1847-1903) e o russo Alexandr Borodin (1833-1887).

Romantismo

Clélia fará o solo do “Concerto n.º 1 em mi menor, op. 11”, de Chopin, clássico do Romantismo. “É possível que nenhum compositor tenha escrito tão bem para piano como Chopin”, afirma. De acordo com ela, dedicar-se ao Romantismo é uma forma de dialogar com o público de maneira direta e atemporal.

“O repertório romântico é essencial para o pianista. Há uma variedade de peças e o público nunca deixou de gostar. O estilo de música muda, evolui, surgem novas obras, mas o repertório romântico sempre agrada”, comenta.

Após hiato de oito anos, o maestro Miguel Campos Neto volta a reger a Sinfônica de Minas Gerais

Divulgação

O programa desta noite reserva duas obras à Sinfônica de Minas Gerais: a “Sinfonia n.º 2 em si menor”, do compositor russo Alexandr Borodin, e “La nuit et l’amour”, da compositora e pianista francesa Augusta Holmès.

Mulheres

Enquanto Borodin é nome consolidado no cânone romântico, Augusta Holmès tem presença rara nos palcos e só recentemente começou a conquistar espaço nos programas de concerto. Esse resgate, observa Clélia, é movimento essencial para ampliar a visibilidade das mulheres na música clássica.

“É um trabalho fantástico não deixar esses nomes serem esquecidos. Tenho feito esforço para resgatar compositoras que merecem voltar ao repertório. Elas precisam de um lugar nos programas, para serem conhecidas entre os músicos e o público”, diz Clélia.

Estreia na França

Este ano, o paraense Miguel Campos Neto estreou como regente da elogiada Filarmônica de Nice, na França. Com diploma de mestrado em regência orquestral pela Mannes School of Music de Nova York, ele é regente titular e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, em Belém (PA).

Miguel também rege a Orquestra Sinfônica Altino Pimenta da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde ocupa a cátedra de regência.

“PIANÍSSIMO”

Concerto com a pianista Clélia Iruzun e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Maestro convidado: Miguel Campos Neto. Nesta quarta-feira (3/9), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na plataforma Eventim e na bilheteria da casa.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

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