Orquestra Sinfônica de Minas Gerais apresenta concerto "Paixões extremas"
As apresentações acontecem amanhã (7/10) e quarta-feira (8/10), no Palácio das Artes, com participação da soprano Carolina Faria
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“Este sou eu”, disse certa vez o compositor Gustav Mahler (1860-1911) se referindo ao poema "Ich bin der Welt abhanden gekommen" (Eu me perdi para o mundo, em tradução livre), de Friedrich Rückert (1788-1866). No início do século 20, se recuperando de uma hemorragia que quase o levou à morte, Mahler se refugiou em uma cabana no interior da Áustria. A reclusão foi produtiva, e deste período (1901-1902) resultou o conjunto que compõe a chamada “Rückert-Lieder”.
As cinco Lieder (canções eruditas) estão no repertório do concerto “Paixões extremas”, que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a regência de Ligia Amadio, executa amanhã (7/10) e quarta-feira (8/10), no Palácio das Artes. Para interpretar Mahler, a solista convidada é a soprano Carolina Faria.
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O programa conta ainda com a “Abertura Coriolano” (1807), de Beethoven, criada para a tragédia homônima de Heinrich Joseph von Collin, e com a Sinfonia nº 6 em si menor – “Patética” (1893), última obra sinfônica de Tchaikovsky.
“As canções de Mahler (todas criadas com poemas de Friedrich Rückert) são muito delicadas, falam de paz e calma, algo que as pessoas estão precisando muito. Falam bastante da experiência mais íntima de viver. É uma música para mitigar a dor e, quem sabe, desarmar os corações”, comenta Carolina.
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VOZES DE MINAS
Nascida no Rio de Janeiro e radicada em Belém, a soprano tem uma relação próxima com a Fundação Clóvis Salgado. Vem atuando em produções da casa há uma década. “Cantei a ‘Pequena missa solene’, de Rossini, em 2014, e o amor começou ali. As vozes de Minas Gerais são muito especiais mesmo, não é só Milton Nascimento e Maria Lúcia Godoy”, continua ela, que vem realizando oficinas e cursos com cantores líricos mineiro. “A minha relação se tornou pessoal”, acrescenta.
“Trabalhar com Ligia Amadio é também um prazer”, continua Carolina. “Eu nasci em São Gonçalo e me criei em Niterói. Quando era menina, ela era maestro da Orquestra Sinfônica Nacional (da Universidade Federal Fluminense). Eu ia aos concertos de domingo e ficava encantada com a regente. Ela, inclusive, regeu meu primeiro concerto fora da universidade (com a própria OSN), é de um nível muito alto”, completa a soprano.
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Além de concertos com a OSMG, Carolina ainda participou do projeto “Ópera! O podcast da música lírica” (2021), iniciativa da revista “Concerto” em parceria com a FCS. Foi a narradora dos cinco episódios.
“CONCERTOS DA LIBERDADE – PAIXÕES EXTREMAS”
Com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a regência de Ligia Amadio. Terça-feira (7/10), às 12h e quarta-feira (8/10), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Gratuito na terça-feira e R$ 30 e R$ 15 (meia) na quarta-queira. À venda na bilheteria e no Eventim.