ARTES CÊNICAS

Palácio das Artes recebe a ‘Ocupação Giramundo’ 

A partir deste sábado (11/10), 600 criações do grupo de teatro de bonecos mineiro, que festeja 55 anos neste 2025, estarão em exposição na Grande Galeria 

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Uma arrojada exposição que ocupa, a partir deste sábado (11/10), a Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, do Palácio das Artes, é o eixo de uma série de atividades que serão desenvolvidas até fevereiro de 2026 para marcar os 55 anos do Grupo Giramundo, uma das mais importantes companhias de teatro de bonecos do Brasil.


A Fundação Clóvis Salgado, que também está completando 55 anos, será o palco dessa celebração, numa espécie de aniversário compartilhado.


Intitulada “Bonecos Giramundo”, a mostra apresenta cerca de 600 peças – entre bonecos, máscaras, objetos de cena e elementos cenográficos – que marcaram a trajetória do grupo no teatro, no cinema de animação e na televisão.

 

Mostra de cinema, atividades educativas, visitas guiadas e apresentações teatrais – como a do espetáculo “Alice no país das maravilhas”, neste domingo, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes – completam o projeto, batizado “Ocupação Giramundo”.


Álvaro Apocalypse

Na exposição, o público terá acesso a uma retrospectiva abrangente da obra de Álvaro Apocalypse (1937-2003), fundador do grupo, considerado o maior criador do teatro de bonecos do Brasil, por meio de peças originais de 25 montagens realizadas sob sua batuta entre 1970 e 2003.

A mostra também apresenta a produção contemporânea do Giramundo, com bonecos de 15 espetáculos recentes e coproduções para televisão, dirigidas pelos atuais diretores, Marcos Malafaia, Bia Apocalypse e Ulisses Tavares.


A curadoria da exposição é organizada em três eixos: “Coleção Álvaro Apocalypse”, “Coleção Giramundo Século 21” e “Cine Giramundo”. “Essa mostra é extremamente especial, é diferente das demais, porque ela conseguiu, pela primeira vez, integrar os vários Giramundos, vamos dizer assim: o Giramundo fundamental, conduzido por Álvaro Apocalypse, e o Giramundo novo, que é esse digital, ligado ao cinema, que vem brotando das diversas interfaces do teatro com outras áreas”, diz Malafaia.


Transformação contínua

Ele destaca que a curadoria se orientou pelo desejo de ressaltar a permanente mutação e experimentação que sempre guiou todo o processo criativo do Giramundo.

“Essa noção de transformação contínua é o fio condutor que conecta os diferentes setores da 'Ocupação' – coleções de bonecos, espetáculo, figurinos, cenografia e filmes –, revelando como o grupo se reinventa ao longo do tempo, sem perder suas características essenciais, derivadas do desenho e do planejamento gráfico”, destaca.


A “Coleção Álvaro Apocalypse” é dividida em quatro etapas: Período Lagoa Santa (1971-1976); Período Clássico UFMG (1979-1988); Período UFMG Tardio (1990-1999); e Anos 2000 (2000-2003). Já a seção “Giramundo Século 21” inclui as séries “Trilogia Giramundo Teatro e Cinema”, “Mitologias”, “TV Giramundo”, “Miniteatro Ecológico” e “Bonecos Gigantes”. Ulisses Tavares diz que a “Ocupação Giramundo” joga luz sobre um traço primordial do grupo, que é pesquisar e apresentar novidades.


“São 55 anos de trajetória e logo no começo da exposição tem bonecos originais do início dos anos 1970. O público vai poder conferir um percurso de grandes mudanças o tempo inteiro, de material, de formas, de cores, de técnicas, de assuntos, de abordagens, de história do Brasil, de história mundial, de temas do teatro e de temas humanos. É uma exposição muito rica, que oferece diferentes olhares”, diz, sublinhando que o Giramundo foi construído por várias mãos e várias mentes.

Maria do Carmo Vivacqua Martins, a Madu, uma das fundadoras do grupo, ao lado de Álvaro Apocalypse e Terezinha Veloso, relembra os primórdios dessa história que agora é celebrada no Palácio das Artes.

Ela diz que o Giramundo começou sem a menor pretensão de um dia chegar aos palcos.”Era uma brincadeira entre nós três. Eu era aluna do Álvaro e depois me tornei colega dele na Escola de Belas Artes da UFMG”, conta.


Os três tinham um pequeno ateliê em Lagoa Santa, onde, conforme diz, fabricavam, no início, bonecos muito simples, que foram, cada vez mais, se sofisticando com o tempo. Malafaia destaca que o Giramundo se tornou uma espécie de manual técnico de construção de bonecos.

“Álvaro construiu bonecos de todas as espécies, todos os tamanhos, com todos os materiais, desenvolvendo mecanismos tradicionais, de fio, de vara, de balcão, de luva, e inventando novas técnicas. É uma obra genial”, diz.


Espetáculo de teatro

A montagem “Alice no país das maravilhas”, do Grupo Giramundo, será encenada neste domingo (12/10), às 17h30, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes. Os ingressos estão à venda por R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia), na plateia 1; R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), na plateia 2, e R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia), na plateia superior.


“OCUPAÇÃO GIRAMUNDO”
Abertura da exposição “Bonecos Giramundo”, neste sábado (11/10), às 11h, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Visitação de terça a sábado, das 9h30 às 21h, e domingos, das 17h às 21h. Até 22/2. Entrada franca.

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