‘A última fronteira’ mescla conspiração, gangsterismo e laços de família
Série que estreia nesta sexta (10/10) na Apple TV+ começa com desastre de avião que transportava prisioneiros e cai em área gelada, deixando sobreviventes
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A longa sequência de ação que dá a partida em “A última fronteira”, estreia desta sexta (10/10) na Apple TV+, é difícil de engolir. Mas a trama é tão bem engendrada, com altas doses de adrenalina, que dá para perdoar tamanha inverossimilhança.
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Após uma explosão que leva para os ares boa parte da fuselagem, um avião com dezenas de presidiários cai nos confins gelados do Alasca. Há sobreviventes, vários por sinal, que darão muita dor de cabeça para o agente federal responsável pela região.
Jon Bokenkamp, que comandou por 10 anos “The blacklist – Lista negra” (2013-2023) na TV aberta, chega ao streaming com um thriller com a mesma pegada conspiratória.
“Só que agora tivemos mais tempo e mais recursos, o que nos permitiu contar uma história mais cinematográfica. Cada episódio tem uma trama com começo, meio e fim, com um mistério maior [como pano de fundo]. A ideia é chegar ao episódio 10 com todas as perguntas respondidas”, afirmou ao Estado de Minas.
Bokenkamp trabalhou com uma equipe que inclui, na direção, Sam Hargrove (coordenador de dublês blockbusters como “Vingadores” e diretor dos filmes “Resgate 1 e 2”, com Chris Hemsworth) e, a seu lado na produção-executiva, Jason Clarke, também o protagonista. É ele o xerife Frank Remnick, um tipo boa gente, bom marido e pai, que está pensando na aposentadoria. Mas mexer com ele não é fácil, e a própria CIA vai descobrir isso.
Porque os condenados que vão parar no quintal do xerife são fichinha perto de Havlock (Dominic Cooper), codinome de um prisioneiro de alta periculosidade. Este é colocado no avião, mascarado, de forma clandestina. Não é difícil entender que a tal explosão foi motivada por essa figura, cuja identidade será revelada no final do primeiro episódio (os fãs de “O silêncio dos inocentes” vão logo perceber como ele consegue escapar).
“Tem realmente essa semelhança”, Bokenkamp concorda com o EM. “E também com ‘Con Air’ (estrelado em 1997 por Nicolas Cage, também sobre um avião que transporta criminosos). Espero que as pessoas sintam que existe uma diferença radical, que a série tem algo próprio”, afirma.
O Alasca da trama fica, na verdade, nas províncias canadenses de Quebec e Alberta. “[Para filmar o episódio piloto] Tivemos um avião em uma plataforma que jogava os atores de um lado para o outro; tivemos outro que foi levado dos EUA para o Canadá e colocado na neve; tínhamos ainda uma cabine de comando e os atores fazendo acrobacias como um balé”, comenta Bokenkamp.
Um dos grandes atores de sua geração, o australiano Jason Clarke, de 56 anos, só muito recentemente, a partir de “Lakers: Hora de vencer” (2022-2023), voltou a fazer séries. “Quando li o primeiro episódio, pensei: ‘Caramba, é extraordinário, mas vão gastar todo o dinheiro com o avião e com o helicóptero e depois vão fazer tudo em estúdio’. Aí pedi para ler mais para ver se estavam falando sério. E simplesmente aconteceu.”
Clarke, que protagonizou “Evereste” (2015), veio com muitas ideias sobre filmar no frio e em condições extremas. “Filmamos em locais reais, em rochas a 8,5 mil pés de altitude, com cães husky descendo pela neve. Isso era parte do apelo, pois estava farto de interpretar personagens intensos, pervertidos. Queria ser um cara legal lutando contra o mal e também um pouco de ação para meu corpo de 50 anos.”
Ainda que “A última fronteira” tenha uma pegada conspiratória – a coprotagonista é Haley Bennetti, que interpreta uma agente da CIA que caiu em desgraça e precisa reconquistar seus superiores encontrando Havlock –, no fim das contas é também a jornada de um homem que quer salvar sua família e sua comunidade. “A surpresa toda é que a série não é sobre o gângster, mas sobre a família”, afirma Clarke.
“A ÚLTIMA FRONTEIRA”
• A série, com 10 episódios, estreia nesta sexta (10/10), com os dois primeiros na Apple TV+. Novos episódios às sextas.