Artes cênicas

'Frida em fragmentos e passos' retorna à Funarte, em duas sessões

Espetáculo será apresentado nesta quarta (15/10) e quinta (16/10). Montagem perpassa vida e obra da pintora mexicana sob diferentes olhares

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Durante 12 anos, a atriz e dramaturga Bárbara Oliveira estudou a trajetória da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954). Inspirada pela figura marcante da artista, ela assina, dirige e protagoniza o espetáculo “Frida em fragmentos e passos”. A peça retorna à Funarte MG nesta quarta-feira (15/10), com bate-papo após a sessão, e na quinta (16/10), às 19h.


Bárbara se apaixonou pela história da pintora quando ainda estava na faculdade, cursando moda. “É um roteiro original e autoral, para o qual eu estudei por 12 anos através da biografia e do diário íntimo de Frida, de onde saiu muita coisa da peça”, conta.


O espetáculo é dividido em cinco atos, que representam diferentes fases da vida da pintora. De acordo com a atriz, o primeiro ato, “Coluna partida”, é interpretado por ela na terceira pessoa. “É quando conto a história da Frida, ela ainda não apareceu. É uma terceira pessoa, como se eu fosse a amiga imaginária da Frida, citada por ela em vários momentos no diário”, explica Bárbara.

A cena recebe o nome de um dos quadros mais famosos da pintora, que representa o acidente sofrido por ela, em 1925. Frida Kahlo estava em um ônibus que colidiu com um bonde na Cidade do México, ela fraturou a costela, as pernas, a clavícula e a pelve. O episódio marcou e definiu a vida da artista, que passou a ser refém de sua cama e a conviver com dores constantes.


O segundo ato, “O sapo, a madrinha e a pomba”, foca no relacionamento da pintora com o marido, Diego Rivera, representado pelo sapo, e com a morte, citada como “madrinha”, enquanto Frida é representada pela pomba. “A Frida abraçou a morte durante várias vezes em sua vida, ela teve contato com a morte e ela lidava com isso de uma forma diferente”, diz a atriz.

É quando o ator Gustavo Pedra entra em cena e se transforma na madrinha, assim como Bárbara Oliveira, na terceira pessoa. “O público vê essa transformação do corpo e do texto. Através dos figurinos vamos montando a Frida, ela vai nascendo através do jogo cênico, do corpo. Tudo isso acontece no palco, não fazemos nada nas coxias, é tudo ao vivo.”


A montagem mescla diferentes linguagens artísticas – dança, atuação e narração. De acordo com Bárbara, o segundo ato conta com duas danças que representam o relacionamento conturbado entre Kahlo e Rivera.

Para a dramaturga, o terceiro ato, batizado de “Viva la vida”, é o ápice da montagem. “A Frida está ali, ela aparece diante do público com todos os seus adereços, xales, flores, tequilas e anéis. É um ato muito alegre do espetáculo, assim como Frida foi uma figura bem pitoresca e intrigante”, explica. Nesse ato, a obra “Duas Fridas” é representada ao vivo pela atriz e por Gustavo Pedra, que também se transforma na pintora mexicana.


Várias mulheres

Em contrapartida, o quarto ato é mais dramático e descrito por Bárbara como um “soco no estômago”. Por meio de um solo de dança, a atriz fala sobre os abortos e tentativas de suicídio de Frida Kahlo. “Dos 48 anos que ela viveu, ela viveu através de muita dor, ela viveu morrendo. Tudo o que aconteceu no corpo dela é contado por meio de uma dança, de uma coreografia de balé contemporâneo”, explica.

No encerramento da peça, o público é levado até a infância de Frida. Para a atriz, o quinto ato é bonito, leve e tranquilo. “Terminamos a peça falando da infância; então, ao mesmo tempo que é um fim, é um começo. A ideia é trazer a Frida por completo. Ela é uma figura muito conhecida, mas se tornou muito comercial. Quero que as pessoas entendam e vejam uma Frida mulher, artista, mãe, amiga, esposa”, disse Bárbara.


A atriz afirma ter se encantado pelo olhar poético da pintora ao enxergar o mundo. “Me intriga muito a figura mítica e pitoresca dela. Quando se investiga a Frida, se descobre que ela foi uma mulher como qualquer outra. Ela foi amiga, foi irmã, foi amante e foi filha. Nenhuma mulher é uma coisa só e ela transformou a dor dela em arte.”


“FRIDA EM FRAGMENTOS”
Com Bárbara Oliveira e participação de Gustavo Pedra. Nesta quarta-feira (15/10) e quinta (16/10), às 19h, na Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro). Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia) e R$18 (promocional), à venda na plataforma Sympla.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

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