LUTO EM MINAS

Lô Borges foi a ponte do Clube da Esquina com as novas gerações

Dobradinha com Samuel Rosa, nos anos 1990, quebrou o gelo, aproximando os veteranos setentistas do pop rock noventista de Skank, Pato Fu e Jota Quest

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Rindo, Lô Borges contou certa vez ao EM uma brincadeira que o parceiro e amigo Samuel Rosa fez. “Ele diz que fomos Beto (Guedes) e eu que inventamos o punk rock nos anos 1970. Nessa época, a gente tocava de costas para o público”. Quem os viu no palco ainda muito jovens confirma.

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Tudo passado, pois Lô, havia muito, encarava seu público de frente. O domínio de cena – “não tenho tremedeira, o famoso frio no estômago, nada. Entro no palco como se estivesse entrando na casa de amigos”, garantiu – foi conquistado pouco a pouco.

Prova disso foi a estreia, no longínquo junho de 1999, no Palácio das Artes, do show com Samuel Rosa. Lô ainda tímido, quieto, ao lado do (então) vocalista do Skank, que ali estreava não só com seu antigo ídolo, mas fazendo show no principal teatro de Minas Gerais. Samuel sempre foi grande no palco, enquanto Lô foi encontrando, à sua maneira, a forma de se posicionar.

O show estreou depois de 40 ensaios. “Foi a vez que mais ensaiei na minha vida”, contou Lô. Para Samuel tampouco foi fácil, pois ele teve de “pegar a harmonia do Lô Borges”.

A parceria entre os dois, que têm 14 anos de diferença, foi muito importante em vários sentidos. Na década de 1990, é preciso entender, havia um abismo: Clube da Esquina era uma coisa, a geração que despontou com o pop rock noventista – Skank, Pato Fu, Jota Quest, Virna Lisi e Tianastácia – era outra. Naquela época, era cada qual no seu quadrado, água e óleo.

Em 2011, Lô lançou “Horizonte Vertical”, trabalho que contou com participações de Fernanda Takai, Milton Nascimento, Samuel Rosa, Nando Reis, Márcio Borges e Ronaldo Bastos.
Em 2011, Lô lançou “Horizonte Vertical”, trabalho que contou com participações de Fernanda Takai, Milton Nascimento, Samuel Rosa, Nando Reis, Márcio Borges e Ronaldo Bastos. Reprodução do Instagram @loborgesoficial

O primeiro a quebrar o gelo foi Lô. Ele encerrou o álbum “Meu filme” (1996), disco que quebrou o hiato de 12 anos longe dos estúdios, com “Te ver” (Samuel/Lelo Zaneti/Chico Amaral), hit de “Calango” (1994), segundo álbum do Skank.

Orgulhoso diante de tamanho reconhecimento, Samuel se declarou para Lô numa festa do selo Chaos. Depois veio o convite para dar uma canja no show do Dr. Penetration, projeto paralelo do Skank, que acontecia de vez em quando em Belo Horizonte. Ex-produtor do Skank e empresário de Lô, Marcelo Pianetti sugeriu um show dos dois durante encontro em aniversário de Chico Amaral.

Rapidamente o projeto seguiu em frente, com repertório e banda que misturavam canções e instrumentistas dos dois compositores. Depois da estreia, em 1999, o projeto seguiu por muitos anos. Culminou em 2015, quando Lô e Samuel gravaram, em julho, o álbum e DVD “Samuel Rosa & Lô Borges: Ao vivo no Cine Theatro Brasil”.

O repertório de 20 canções mesclou bastante a obra dos dois compositores, com “Clube da esquina 2” abrindo espaço para “Resposta” que, por seu lado, deu sequência a “Quem sabe isso quer dizer amor”.

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Divisor de águas

Fato é que a carreira da dupla nunca mais foi a mesma. O Skank não demorou a absorver as harmonias da música do Clube. A primeira composição de Lô e Samuel registrada pela banda, “A última guerra”, está em “Maquinarama” (2000), o divisor de águas na carreira do grupo, que extinguiu os metais e apostou em canções mais trabalhadas.


“Dois rios” (Samuel/Lô/Nando Reis), primeiro single de “Cosmotron” (2003), segue, até hoje, uma das melhores canções da história do Skank. “Ele me ensinou que toda e qualquer ideia pode ser transformada em música”, afirmou Samuel ao EM às vésperas da gravação do álbum com Lô. Este, por seu lado, devolveu na mesma toada: “O Samuel encara o público de frente desde o início da carreira. Foi ele que me ensinou a cantar com voz plena.”

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