Hilda Maria abre caminhos para o choro em álbum de inéditas
Cantora e compositora lança "Choro cantante", disco que vem reforçar o espaço da voz neste gênero musical
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A cantora e compositora Hilda Maria lança o álbum “Choro cantante”, com 10 faixas, para ressaltar a importância da voz neste gênero musical tipicamente brasileiro que, segundo ela, continua vivo e atual.
Hilda conta que o novo trabalho nasceu da vontade de registrar sua ligação com o chorinho. “Faz 10 anos que canto choro em São Paulo. A princípio, pensei em gravar algumas músicas do repertório da cantora carioca Ademilde Fonseca (1921-2012), minha grande referência. Depois, pensei que seria interessante meu terceiro disco de carreira unir meus lados de intérprete e compositora”, detalha. “Então, tive vontade de fazer um álbum só de choro para relembrar e honrar o legado de Ademilde.”
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A cantora pediu melodias a compositores de sua geração para que ela própria letrasse. “Me coloquei na função de criar letras para choros que não foram feitos especificamente para voz. Outra coisa que me motivou a escrever letras foi a vontade de renovar as temáticas do choro-canção”, explica Hilda, que se define como “compositora que gosta de cantar histórias.”
Segundo ela, as letras sempre têm uma narrativa e o disco foi construído dessa forma, com temáticas variadas. Canções contam histórias, algumas fictícias e outras verdadeiras. As letras, em formato de crônica, prestam homenagens. “'Bela borboleta' é para a violinista Vanessa Dourado, que morreu ano passado. O disco acabou ficando com linguagens mais atuais, como no caso de ‘Aos 45 do segundo tempo’, em que faço analogia com o futebol e falo da correria do dia a dia.”
São Paulo e Pixinguinha
Hilda levou seu universo paulistano para o repertório. “Quis trazer São Paulo para as músicas, pois o choro surgiu no Rio de Janeiro. Quis trazer a realidade dos chorões paulistanos, como em ‘Sigo ingênuo’, que Leandro Tigrão fez para o disco. Nele, construo um paralelo entre caminhos de Pixinguinha e do choro em São Paulo, ao mesmo tempo em que cito lugares onde ele morou e tocou”, detalha.
Em “Como a gente é”, Hilda faz parceria com o clarinetista mineiro Caetano Brasil. “O conheci no ano passado e fiquei encantada com sua música. Fizemos um show em São Paulo, bateu identificação na hora e resolvi chamá-lo para o disco. Aproveitei o fato de ser um músico contemporâneo e o convidei para mais quatro faixas.”
As canções “Sigo ingênuo”, “Como a gente é” e “Pranto de pedra” foram compostas para o álbum. As outras sete faixas já existiam no formato instrumental. “Quanto às demais, fui achando os temas que a música me sugeria”, comenta.
A primeira faixa, “Conheço os teus”, tem melodia da clarinetista chilena Javiera Hunfán. “Foi interessante fazer esta letra. Quando ouvi, me transportei para o coreto de uma cidade pequena. Fez todo o sentido contar a história dos meus avós neste choro”, acrescenta a compositora.
Hilda destaca ainda os parceiros em “Espera pra ver”. “Camila Silva e Leo Matheus são jovens músicos de São Paulo. Chamou-me a atenção porque este choro tem uma valsa no meio”, afirma a artista.
FAIXA A FAIXA
• “Conheço os teus” (Javiera Hunfán)
• “Sigo ingênuo” (Leandro Tigrão e Hilda Maria)
• “Azaleia” (Thadeu Romano e Hilda Maria)
• “Como a gente é” (Caetano Brasil e Hilda Maria)
• “Pranto de pedra” (Emerson Bernardes e Hilda Maria)
• “Chumba no choro” (Maiara Moraes e Hilda Maria)
• “Espera pra ver” (Leo Matheus, Camila Silva e Hilda Maria)
• “Aos 45 do segundo tempo” (Bira Nascimento e Hilda Maria)
• “Bela borboleta” (Gustavo de Medeiros e Hilda Maria)
• “Agradecendo” (Hércules Gomes e Hilda Maria)
“CHORO CANTANTE”
• Disco de Hilda Maria
• 10 faixas
• Disponível nas plataformas digitais
