MÚSICA

Fabinho do Terreiro comanda tributo a Dona Jandira no campus da UFMG

Cantora que abriu espaço para as mulheres no samba de BH ganha homenagem nesta quarta-feira (12/11), na Praça de Serviços da UFMG

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Dona Jandira foi divisor de águas no cenário do samba em Belo Horizonte, abrindo espaço para outras mulheres nas rodas e palcos da cidade, afirma o cantor e compositor Fabinho do Terreiro. Ele comanda a homenagem à cantora, morta em 4 de outubro do ano passado, aos 85 anos, que será realizada hoje (12/11), na Praça de Serviços do Campus Pampulha da UFMG. A promoção é do projeto Quarta Doze e Trinta – Especial Novembro Negro.

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As cantoras Raquel Seneias, Dona Eliza e Célia Márcia se revezarão no palco, reunindo-se no final da apresentação. Fabinho recorda ter se encontrado com Dona Jandira no Limão Capeta, espaço cultural do Bairro da Floresta, dois dias antes de sua morte. “Ela estava de cadeira de rodas, sozinha. A sobrinha, que sempre a acompanhava, estava viajando. Fui com ela até o Uber, a vizinha a estava esperando em casa”, relembra.

O convite para comandar a roda de samba de hoje partiu da cantora Dóris, que teve a ideia, e da Pró-Reitoria de Cultura da UFMG.

“Fiquei muito honrado. A morte de Dona Jandira foi um baque para mim”, diz Fabinho. O roteiro contempla músicas que a homenageada costumava cantar, de Lupicínio Rodrigues a Gervásio Horta, passando por Clara Nunes, Alcione, Ataulfo Alves, Geraldo Batista e Beth Carvalho.

Precursora

A presença feminina na homenagem não é fortuita. “Dona Jandira abriu espaço, foi responsável por equilibrar a presença das mulheres no samba em Belo Horizonte. Ela foi meio que precursora, pois até então praticamente não tinha mulher cantando samba na cidade. Por isso digo que Dona Jandira foi um divisor de águas”, destaca.

Fabinho se apresentou algumas vezes com a homenageada no próprio Campus da UFMG e no Capim Limão, entre outros locais. “Agora tenho o privilégio de cantar e gravar com Aline Calixto, Dóris, Raquel Seneias, Júlia Rocha, Fran Januário, Adriana Araújo. Essas meninas vêm lotando casas. Este foi o legado que Dona Jandira deixou”, diz.

A alegria é a lembrança mais marcante que Fabinho guarda da homenageada. Dona Jandira iniciou a carreira profissional tardiamente, aos 66 anos, mas sua relação com a música vinha da infância. “De repente, aparece aquela senhora, com aquela energia e alegria de cantar, com um ecletismo enorme, sorriso sempre estampado no rosto. Isso foi um estímulo para muita gente”, diz.

Dona Jandira também foi importante para a expansão do samba em Belo Horizonte e em Minas, acredita Fabinho. “Só temos que agradecer pelo que ela fez por nosso samba, que está prosperando cada vez mais. Vejo o samba de Belo Horizonte hoje como uma explosão, sendo reconhecido em todo o Brasil, assim como o nosso carnaval.”

A forma cativante como Dona Jandira chegou à cena, pontua Fabinho, ajudou a consolidar um público fiel em todo o estado. “Ela era um canto de paz. Transmitia isso por detrás daqueles óculos, com um poder imenso de tocar as pessoas e emocionar todo mundo, da periferia à zona sul.”

A banda que acompanhará Fabinho e convidadas tem Paizinho do Cavaco (violão), Fábio Nem (percussão), Petrus (percussão) e Gegê do Cavaco (cavaquinho).


De Alagoas para Minas

Jandira Celia nasceu em Maceió (AL), formou-se em pedagogia e lecionou por muitos anos até se mudar para Itatiaia, distrito de Ouro Branco (MG), onde trabalhou com artesanato. Cantava na escola, na igreja e festas da família.

Em1º de dezembro de 2004, subiu ao palco pela primeira vez e deu início à carreira musical. A cantora realizou cerca de 400 apresentações em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Portugal. Ela gravou os álbuns “Dona Jandira” (2008) e “Dona Jandira: ao vivo” (2012), com participações de Luiz Melodia, Paulinho Pedra Azul, Sergio Moreira e Marco Lobo.


NOVEMBRO NEGRO


Show especial do projeto Quarta Doze e Trinta. Com Fabinho do Terreiro e banda, Raquel Seneias, Dona Eliza e Célia Márcia. Nesta quarta-feira (12/11), às 12h30, na Praça de Serviços do Campus Pampulha da UFMG (Av. Antônio Carlos, 6.627, Pampulha). Entrada franca.

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