CINEMA

Festival de Cinema Francês do Brasil exibe 21 longas

Mostra apresenta um panorama da produção recente do país europeu em 50 cidades brasileiras, sendo cinco em Minas Gerais, desta quinta (26/11) a 10/12

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Para a mulher mais rica do mundo, a maior atriz francesa em atividade. Isabelle Huppert chega ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira (27/11) para abrir o Festival de Cinema Francês do Brasil. O antigo Varilux, como os amantes da cinematografia daquele país chamaram o evento ao longo de 15 anos, mudou de nome. Mas a essência é a mesma nesta 16ª edição: exibir a produção francesa recente no maior número possível de cidades brasileiras.

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Até 10 de dezembro, o festival vai apresentar 21 longas em mais de 50 cidades. Em Minas Gerais, além de Belo Horizonte, o evento irá para Juiz de Fora, Montes Claros, Poços de Caldas e Itajubá. “O novo título do festival também reflete o grande diferencial, que é o de estar presente, e acontecer simultaneamente, em todo o país”, afirma Emmanuelle Boudier, que divide com o marido, Christian, a direção e a curadoria.


Aos 72 anos, Isabelle Huppert já celebrou 50 deles dedicados ao cinema. Ultrapassou também a marca dos 160 filmes. A atriz não coloca o pé no freio – trabalha vorazmente, tanto sob a direção de nomes consagrados quanto de realizadores emergentes. Esteve no Brasil na edição de 2014 do mesmo festival – na época, lançava “Uma relação delicada”, de Catherine Breillat, e “Um amor em Paris”, de Marc Fittoussi.

Relação platônica


Agora, chega como a razão de ser de “A mulher mais rica do mundo”, de Thierry Klifa. Vagamente baseado no Caso Bettencourt, sobre a herdeira do império L’Oréal, o filme acompanha Marianne Farrère (Huppert). Multimilionária, ela se envolve com Pierre-Alain (Laurent Lafitte), um fotógrafo e artista fracassado. Interesseiro aos olhos de todo mundo, ele cria uma relação platônica (é assumidamente gay) e codependente com Marianne.


“O filme tem um pano de fundo político e trata dos ultra-ricos, que perdem a noção de tudo. O que acho mais interessante é o lado humano. Ela se deixa seduzir, mas aquele homem ilumina a vida dela, traz alegria de viver. Ou seja, a personagem redescobre uma pessoa que tinha perdido. Há um tom de comédia, e Isabelle está absolutamente deslumbrante no papel”, comenta Emmanuelle.


A delegação francesa traz outros nomes. O ator Bastien Bouillon vai apresentar dois filmes: “Mãos à obra” e “O segredo do chef”. “São papéis totalmente diferentes”, afirma Emmanuelle. Dirigido por Valérie Donzelli, que também estará no festival, “Mãos à obra” recebeu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza.


Na história, um fotógrafo de sucesso abandona tudo para se dedicar à escrita – descobre, então, a pobreza. “Como (o personagem) deixa a carreira, para sobreviver ele passa a fazer pequenos trabalhos. O filme apresenta a uberização da sociedade a partir de uma história pessoal”, comenta a curadora.

Comédia leve


Outra dupla de ator e diretora que estará no festival é Salif Cissé, protagonista de “Voz de aluguel”, de Fabienne Godet. “É uma comédia bem ao gosto do público brasileiro. É leve, engraçado, com um toque romântico e humano.” Cissé é um imitador contratado por um romancista que precisa de silêncio para escrever. Para tal, ele deve se tornar seu “atendedor de chamadas”, já que o volume que recebe de telefonemas é grande.


O ator ainda está em um papel menor em “Os bastidores do amor”, primeiro longa de Victor Rodenbach, que também vem ao Brasil. É uma comédia romântica que acontece nos bastidores do teatro e do cinema, mostrando a relação de um ator e uma diretora teatral. O filme traz muito da experiência do diretor, casado com a encenadora Pauline Bayle, que colaborou com o roteiro.


Vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes, “Jovens mães”, dos irmãos Dardenne, aborda o cotidiano de cinco adolescentes e seus filhos pequenos em um abrigo.

"O estrangeiro"


Em quase toda edição do festival, há um filme de François Ozon – que praticamente lança um longa por ano. A atração agora é “O estrangeiro”, nova versão para o clássico de Albert Camus. Filmando em preto e branco, Ozon traz, na visão de Emmanuelle, “uma versão bastante radical na forma” sobre o francês Meursault (Benjamin Voisin) que, na Argélia da década de 1930, se envolve em um assassinato.


“É um livro difícil de ser adaptado, tanto que a primeira e última adaptação, antes desta, foi a de ninguém menos que Luchino Visconti”, afirma a curadora, referindo-se ao filme de 1967 estrelado por Marcello Mastroianni.


FESTIVAL DE CINEMA FRANCÊS DO BRASIL
O evento vai desta quinta (27/11) a 10/12. Em BH, as sessões serão no UNA Cine Belas Artes, Ponteio e Centro Cultural Unimed-BH Minas. O festival também irá para Itajubá, Juiz de Fora, Montes Claros e Poços de Caldas. Programação completa no site do festival.

HOMENAGEM A CINEASTA

Aos 91 anos, o ator, diretor e roteirista Pierre Richard, lenda viva da comédia na França, desembarca no Brasil como homenageado do festival. Entre os próximos dias 2/12 e 4/12, ele vai a São Paulo e ao Rio para sessões comentadas de “Sonho, logo existo”, lançado no Festival de Cannes.

Diretor bissexto, com nove longas no currículo, Richard não dirigia um filme havia quase 30 anos. Na história, ele mesmo interpreta o nonagenário Grégoire, que cria um laço de amizade com o jovem Michel (Timi-Joy Marbot), quando os dois decidem proteger Shadow, um urso de 800 quilos que fugiu do circo.

O evento ainda celebra a trajetória cômica do ator, com a exibição de outros longas, entre eles a comédia “A cabra” (1981), que levou 7 milhões de espectadores aos cinemas franceses. Richard vem acompanhado da mulher, a ex-modelo brasileira Ceyla Lacerda.

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