Espetáculo da Cangaral Produções, de Ilvio Amaral e Maurício Canguçu, “Colisão” volta ao cartaz neste fim de semana em Belo Horizonte, com apresentações de sexta (7/11) a segunda (10/11), no Teatro Raul Belém Machado. Até o fim do mês, a dupla de atores se apresenta também no Cine Theatro Brasil e no Teatro Feluma.
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O texto de Renata Mizrahi tem direção de Guilherme Leme Garcia, na terceira parceria entre o diretor e a dupla – “A idade da ameixa” e “Os sem vergonhas” são as montagens anteriores.
Na trama de “Colisão”, Francisco (Ilvio Amaral) é um ator em crise que recebe o filho Pedro (Lucas Barbosa), de 24 anos. Eles passam a morar juntos, após a morte da mãe de Pedro. Pai e filho não conviviam desde a separação do casal, e rapidamente as discordâncias de pontos de vista entre os dois começam a surgir. Acostumado a viver sozinho, Francisco resiste à ideia de fazer mudanças em sua rotina e em seu comportamento.
Ilvio Amaral afirma que, pessoalmente, ele está aberto às novidades e mudanças, mas defende as pessoas que encontram dificuldade na adaptação. “A abertura ao conhecimento e às mudanças é válida, é necessária. Mas acho chato quem não entende que nem todo mundo quer e tem condições de entrar nessas mudanças”, diz.
“Essa obrigatoriedade do ser humano de ter que participar de tudo é estressante. Cada um tem que viver a vida dele da forma que quer, desde que não prejudique o mundo e nem o outro”,afirma.
Além dos conflitos entre pai e filho, há a presença do vizinho de Francisco, Fernando (Maurício Canguçu). Fã do ator, ele procura ajudálo com tudo, na vida pessoal e profissional. “Ele é daqueles fãs incondicionais que se apaixonam, daquelas paixões sem limite. O fã, quando ama o ídolo, o ama incondicionalmente. Não vê defeitos, não vê nada”, comenta Maurício.
Após a chegada de Pedro, no entanto, Fernando percebe que sua dedicação nunca foi reconhecida pelo ídolo. “Tem um momento de virada em que ele questiona o que está fazendo da vida e por que está parado vendo o trem passar. Tem esse questionamento se vale a pena a gente parar a nossa vida pelo outro e deixar ela passar”, diz o ator.
Maurício Canguçu define o espetáculo como um drama afetivo. Donos de um excepcionalmente longevo sucesso na comédia (“Acredite! Um espírito baixou em mim”), os atores dizem não ter receio nem dificuldade de mergulhar em diferentes gêneros.
“É natural. Não tem uma chavinha para virar e fazer comédia ou virar e fazer drama. Nunca falamos que somos dois atores de comédia. A gente lê texto e gosta. Quando falam: ‘Ah, você faz só comédia’. Não é isso. O ‘só’ é reducionista demais”, diz Canguçu.
Ilvio reitera o argumento. “Desde que comecei minha carreira, nunca fiz nada absolutamente que me classificasse em um gênero. Comecei fazendo drama no meu espetáculo de formatura. Agora, perdoem-me as pessoas que não gostam dos outros gêneros, perdoem-me as pessoas que não têm talento para fazê-lo. Faço qualquer coisa”, afirma o ator.
“COLISÃO”
De: Renata Mizrahi. Direção: Guilherme Leme Garcia. Com Ilvio Amaral e Maurício Canguçu. Nesta sexta (7/11), sábado (8/11) e segunda (10/11), às 20h, e domingo (9/11), às 19h, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado (Rua Leonil Prata, 53, Alípio de Melo). Ingressos: R$ 52 (inteira), R$ 26 (meia) e R$ 30 (promocional somente on-line), à venda no Sympla e na bilheteria, a partir de duas horas antes das apresentações.
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes
