Produtora criada em Minas Gerais e atualmente com sede no Rio de Janeiro, a Camisa Listrada completa 25 anos e, para marcar esse percurso, apresenta, a partir desta terça-feira (11/11), mostra gratuita que reúne seus curtas, longas e episódios de séries. A exibição do filme “Cinco frações de uma quase história” (2007), seguida por bate-papo com o produtor André Carrera e com os diretores, marca a abertura, a partir das 18h30, no Cine Santa Tereza. A programação segue até o próximo domingo (16/11).

Armando Mendz, Cristiano Abud, Cris Azzi, Lucas Gontijo, Thales Bahia e Guilherme Fiúza Zenha, que morreu em maio do ano passado em decorrência de um infarto, são os realizadores responsáveis pelo longa. Antes da sessão, será apresentado, às 17h, o documentário “Sumidouro”, de Cris Azzi. Outros títulos, como “Fronteira”, de Rafael Conde; “Mão na luva”, de José Joffily e Roberto Bomtempo;“Mussum, o filmis”, de Sílvio Guindane; e “Os farofeiros”, de Roberto Santucci, integram a seleção da mostra.

Com uma trajetória que foi do cinema autoral aos sucessos de bilheteria, passando por projetos criados especialmente para a televisão e para o streaming, a Camisa Listrada é hoje uma das maiores produtoras do audiovisual brasileiro, com reconhecimento internacional. Carrera destaca que diferentes olhares, formatos e momentos pelos quais a cultura no Brasil atravessou marcam seu caminho. Ele diz que esses 25 anos são motivo de orgulho e servem de estímulo para trilhar novas veredas.

“Os primeiros anos foram difíceis, até o lançamento do primeiro longa de ficção, o ‘Cinco frações’. Começar uma produtora do zero, em Belo Horizonte, fora do eixo, ainda sem o Fundo Setorial e outros mecanismos de fomento, tendo que nos dedicar a estruturar a empresa, foi complicado. Tivemos que fazer de tudo, vídeos institucionais, publicidade, com o sonho de fazer cinema”, recorda.

O produtor diz que, a partir de “Cinco frações”, o desejo passou a ser dialogar com o público, ocupar as salas de todo o país. “Nossa trajetória nos levou para o que acho que foi o segundo marco dessa nossa história em Minas, que foi ‘O menino no espelho’. Esse é um filme que se aproxima muito mais do que a gente faz hoje em dia”, ressalta. O título teve lançamento nacional e circulou pelo mundo, participando de festivais.

Ele avalia que foram duas décadas e meia percorridas entre a versatilidade e a resiliência. Carrera lembra que a Camisa Listrada padeceu da falta de financiamento, sofreu impactos econômicos durante a pandemia, por exemplo, e esteve às voltas com produções que demoraram 10 anos para acontecer – caso de “Mussum, o filmis”, cinebiografia do eterno Trapalhão.

Esse percurso também foi pontuado por grandes êxitos, conforme aponta. Ele cita “O candidato honesto”, primeiro grande sucesso da produtora, que alcançou a marca de 2,2 milhões de espectadores. “Nos posicionou em outro patamar e marcou o início da parceria frutífera com Leandro Hassum”, diz, citando o recordista de bilheteria da Camisa Listrada, “Fala sério, mãe!”, com mais de 3 milhões de espectadores. De olho no futuro, Carrera afirma que “ nos próximos cinco anos virão projetos que vão surpreender o mercado.


Sustentabilidade

Adriane Lemos, sócia de Carrera, destaca que, desde 2017, a Camisa Listrada encampa ações de sustentabilidade. Ela diz que o foco pioneiro em reaproveitamento e reciclagem de resíduos rendeu o prêmio Lixo Zero para o longa “O primeiro Natal do mundo”, em 2023. Também recebeu o selo internacional Green Seal, que reconhece os avanços da empresa em prol do meio ambiente.


MOSTRA CAMISA LISTRADA – 25 ANOS
Desta terça-feira (11/11) a domingo (16/11), no Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89, Santa Tereza). Todas as sessões são gratuitas, com retirada de ingressos na bilheteria do cinema ou pelo Sympla, onde a programação completa pode ser conferida.

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