CLÁSSICOS DE BH

O que faz um prato ser ícone de uma cidade?

Há uns que são degustados em mesas com toalhas e guardanapos de pano e outros de pé, em cima de caixas de cerveja

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O filé à parmegiana da Cantina do Lucas (1962), o Filé Surprise da Casa dos Contos (1975), o fígado com jiló do Bar da Lora (1973) e a pizza de palmito à bolonhesa da Pizzaria Giovanni (1957) são pratos que contam a história da capital mineira. Por isso, também estão entre os clássicos da cidade que todo turista precisa provar.

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O mais curioso disso tudo é que eles não seguem a mesma proposta. Muito pelo contrário. Há uns que são degustados em mesas com toalhas e guardanapos de pano e outros de pé, em cima de caixas de cerveja.

O professor de gastronomia Sinval Espírito Santo defende que esses pratos carregam muito mais que sabores ou temperos.

Fígado com jiló (Bar da Lora)
Fígado com jiló (Bar da Lora) Bar da Lora/ Divulgação


“Quando a gente pensa no fígado com jiló do Bar da Lora, por exemplo, estamos falando de muito mais que técnica e ingredientes. Você pode ter um fígado fresco, bem-feito, com jiló bem cultivado, cebola no ponto, mas isso não quer dizer que um restaurante vai ter longevidade e o prato vai se tornar um ícone. Temos que entender que ele se relaciona com a cultura e com a experiência como um todo.”

Cozinha internacional

Sinval também fala sobre a chamada “cozinha internacional” que marcou restaurantes como Casa dos Contos e Cantina do Lucas. “Esses lugares servem uma comida com uma sofisticação da época e têm profissionais de um momento em que se fazia cursos de garçom. Tem toda uma questão do modo de receber, de servir”, diz.


Já o professor de história da UFMG e pesquisador José Newton Meneses destaca um grande fluxo imigratório de pessoas do exterior e do interior do estado vindo para BH. “A diversidade culinária enriquece muito com isso. Uma resposta a essa imigração é que os bares começam a servir comidas diferentes e as pessoas se interessam por experimentar coisas novas.”


Tudo isso pode ter a ver com essa cozinha que batiza pratos com nomes como “talharim à parisiense”, “filé à francesa”, “arroz à piamontesa” e “salada russa”.

Filé Surprise (Casa dos Contos)
Filé Surprise (Casa dos Contos) Casa dos Contos/Divulgação


Sabor belo-horizontino

Na década de 1970, as pizzarias eram muito comuns e faziam parte do cotidiano das famílias. José Newton acredita que isso pode ter contribuído para a criação do sabor de palmito à bolonhesa, na Pizzaria Giovanni, no Bairro Floresta, Região Leste, que é reconhecidamente belo-horizontino. “Acho que o número grande de pizzarias na cidade contribuiu com a criatividade.”


Fato é que o público se encantou pela pizza com base de massa fina com muçarela, palmito e tomates, coberta com molho à bolonhesa tradicional (R$ 78 a grande).

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“Acredito que o sucesso esteja ligado à massa fina e ao fato de o molho vir à parte, deixando com que o cliente coloque o quanto quiser. Isso é um grande diferencial da casa. E vale destacar que o molho é preparado pela mesma cozinheira há 38 anos”, explica Thaís Alves, filha do proprietário atual da Pizzaria Giovanni, Marcelo Duarte. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino

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