No coração do ecossistema financeiro brasileiro, onde Visa e Mastercard dominam com mais de 70% do mercado de cartões, uma bandeira 100% nacional emerge como força disruptiva: a Elo. Lançada em 2012 por um consórcio de bancos como Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal, a Elo não é apenas uma opção local, mas uma estratégia para reduzir a dependência de gigantes estrangeiras.

Elo é uma bandeira brasileira que processa transações sem dependência de sistemas estrangeiros. Com 47 milhões de cartões em circulação (10% dos 472 milhões de cartões no Brasil no primeiro trimestre de 2025, segundo o Banco Central), a Elo se posiciona como alternativa viável, ao lado do UnionPay, bandeira chinesa com mais de 2 bilhões de cartões globalmente e parcerias crescentes no Brasil.

Os cartões Elo representam uma alternativa para desafiar Visa e Mastercard ganhou contornos reais especialmente após eventos recentes, como as sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes em julho de 2025, que bloquearam o uso de bandeiras americanas para ele. Nesse contexto, a Elo – ao lado do UnionPay, rede chinesa que avança no Brasil com parcerias locais – surge como refúgio soberano.

O UnionPay, com sua rede global de mais de 2 bilhões de cartões e forte presença em transações internacionais, já é parceiro de emissores brasileiros para pagamentos em yuan e viagens à Ásia. No entanto, a Elo se destaca por ser nativa do país, com foco em inovação local e resistência a pressões externas. A descontinuação da Hipercard pela Mastercard em julho de 2025, que eliminou outra bandeira brasileira, acelerou essa transição, deixando a Elo como a principal opção doméstica viável.

Sanções EUA

Em 30 de julho de 2025, o governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, aplicou sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com base na Lei Global Magnitsky de 2016. As medidas, que incluíram congelamento de ativos e revogação de vistos, foram estendidas à esposa de Moraes, Viviane Barci de Moraes, em setembro, com indicações de possíveis sanções contra outras autoridades judiciais brasileiras. As acusações citam decisões do STF relacionadas ao combate à desinformação. Como resultado, o Banco do Brasil cancelou cartões Visa e Mastercard de Moraes.

 Crescimento 

A rede almeja elevar para 15% até o fim do ano, conforme declarações do CEO Giancarlo Greco em janeiro de 2025. Esse crescimento é impulsionado por um aumento de 13% nas transações de entretenimento e lazer no quarto trimestre de 2023, com projeções semelhantes para 2025, e um volume total de gastos na indústria de cartões que atingiu R$ 4 trilhões em 2024.

No acumulado do primeiro semestre de 2025, os pagamentos com cartões cresceram 10,4%, totalizando R$ 2,2 trilhões, com a Elo capturando uma porção crescente graças à sua integração com o Pix e programas de fidelidade. Após as sanções a Moraes, buscas por "cartão Elo" explodiram no Google Trends, consolidando sua relevância como "bandeira patriótica".

Vantagens 

Comparada a Visa e Mastercard, a Elo não fica atrás: está presente em cerca de 200 nações, com parcerias em mais de 180 países, permitindo compras internacionais sem grandes entraves – embora com aceitação ligeiramente menor fora do Brasil. Suas vantagens vão além da geografia:

Independência nacional: Diferente de Visa e Mastercard, sujeitas a sanções dos EUA (como visto no caso de Moraes, onde o Banco do Brasil cancelou cartões dessas bandeiras e migrou limites para Elo), a Elo é imune a restrições estrangeiras, garantindo continuidade em cenários geopolíticos voláteis.

Benefícios locais exclusivos: Programas como "Vida dos Sonhos" oferecem acesso antecipado a eventos culturais e esportivos, descontos em parceiros brasileiros (supermercados, cinemas e e-commerces) e acúmulo de pontos para resgates em milhas ou cashback. Para cartões premium como Elo Grafite, há seguros-viagem, concierge 24h e isenção de anuidade em condições específicas.

Custos e Acessibilidade: Taxas de intercâmbio mais baixas para lojistas brasileiros reduzem repasses ao consumidor, e há opções sem anuidade para perfis iniciais. 

Integração digital: Fácil cadastro em carteiras como Google Pay e suporte ao Pix, com crescimento de 10% nos gastos de Páscoa em 2025, superando a inflação.

Esses atrativos fazem da Elo uma escolha estratégica para quem prioriza o "feito no Brasil", especialmente em um mercado onde cartões ainda crescem 10% ao ano, coexistindo com o Pix.

Passo a passo para adquirir seu cartão

Solicitar um cartão Elo é simples e pode ser feito online ou em agências parceiras (como Banco do Brasil, Bradesco ou Caixa). Aqui vai o guia prático:

Escolha o perfil e o banco emissor: Acesse o site oficial da Elo (elo.com.br/cartoes) e selecione o tipo de cartão (Débito, Crédito Básico, Gold, Platinum ou Grafite). Verifique bancos que oferecem Elo, como BB para opções sem anuidade ou Bradesco para benefícios premium.

Preencha o formulário de solicitação: No portal do banco escolhido (ex: bb.com.br para Ourocard Elo), insira dados pessoais (CPF, RG, comprovante de renda e residência). Para MEI, use o site do BB.

Aguarde a análise de crédito: O processo leva de 5 a 10 dias úteis. Mantenha score Serasa positivo (acima de 300) para aprovação rápida. Se negado, melhore o histórico com pagamentos em dia.

Receba e ative o cartão: O cartão chega pelo correio em até 10 dias. Ative via app do banco, ligação para o SAC (0800 72 72 100) ou site da Elo. Para versão digital, cadastre no Google Pay ou Apple Pay.

Configure benefícios: Baixe o app do emissor para ativar programas como "Vida dos Sonhos" e defina limites. Comece a usar em estabelecimentos aceitos (busque o selo Elo).

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