DEMANDA POPULAR

Obras para criação de parque do Ribeirão do Onça devem começar neste ano

O espaço é fruto da demanda e mobilização dos moradores dos Bairros Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste da capital mineira, e o Novo Aarão Reis, na Norte

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Fruto de uma demanda popular, o Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça, que envolve os bairros Ribeiro de Abreu (Região Nordeste) e Novo Aarão Reis (Região Norte) de Belo Horizonte, está previsto para começar a ser implantado ainda este ano. Além de ser um espaço de lazer, o parque vai ajudar a proteger e recuperar as margens do rio, além de ocupar áreas onde casas foram desapropriadas por ficarem muito próximas do Onça.

“O parque, para nós, já é uma realidade”, afirma Roneide Dutra, integrante do Conselho Comunitário Unidos pelo Ribeiro de Abreu (Comupra), organização que, junto ao movimento Deixem o Onça Beber Água Limpa, foi responsável por sonhar com o parque ao lado da população. Ela conta que o planejamento desse espaço vem sendo discutido desde 2010.

Mobilizadora socioambiental, Roneide afirma que o espaço vai representar os desejos dos moradores: uma área com natureza, lazer e preservação do córrego. A integrante do Comupra destaca a importância de valorizar e proteger a área verde que compõe o parque, além de oferecer à população opções de lazer, convivência e prática de atividades físicas — algo que, segundo ela, é escasso no Bairro Ribeiro de Abreu. 

Para Roneide, o fluxo d’água — onde há despejo de esgoto — é tão importante quanto as pessoas. “A gente quer que o Ribeirão do Onça volte a ter mata ciliar e a fauna e flora que existiam antes (...) A gente quer fazer com que esse rio tenha vida de novo, que as pessoas possam nadar, pescar e brincar”, afirma. Atualmente, o córrego exala mau cheiro e está poluído com diversos resíduos, como pneus, garrafas e embalagens.

Remoções e desapropriações 

Além desses pontos, a integrante do Comupra afirma que o parque também é importante por ocupar uma área onde antes viviam famílias atingidas por enchentes quando o ribeirão transbordava. “O Ribeiro de Abreu com certeza era um dos bairros que estavam no noticiário quando vinha uma chuva mais forte”, conta Roneide. Ela relembra que muitas famílias chegaram a perder tudo. 

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) “fará a remoção de 1.687 famílias que vivem em áreas informais, de alagamentos ou de preservação ambiental, localizadas às margens do Onça.” Além disso, o Executivo municipal informou que estão em andamento 36 ações de desapropriação, e cinco lotes estão em fase de negociação administrativa.

Implantação e estrutura

O primeiro passo para o Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça foi dado em 5 de junho, com o início do cercamento da área de 627,5 hectares reservada para o parque. A previsão é que a ação seja concluída no segundo semestre deste ano, com investimento de R$ 5,4 milhões.

O investimento total estimado para a implantação do parque é de R$ 150 milhões. O projeto abrange a bacia hidrográfica dos ribeirões do Onça e do Isidoro, no trecho entre a UPA Norte e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Ribeirão do Onça, com cerca de 5,5 quilômetros de extensão. No espaço reservado para o parque fica a cachoeira do Bairro Novo Aarão Reis, hoje inacessível devido ao despejo de esgoto.

O Parque do Onça terá quadras, ciclovia, hortas comunitárias, brinquedos para crianças e outras opções de lazer. A Prefeitura de Belo Horizonte ainda não divulgou detalhes do projeto. “Vai ser uma criatividade para ajudar os meninos”, avalia Raquel Augusta dos Santos Fortunato, de 37 anos, estudante do curso técnico de enfermagem na Escola Estadual Bolívar Tinoco Mineiro, no Ribeiro de Abreu. Para ela, o parque precisa ter iluminação, mesas e flores. 

Na Rua Antônio Ribeiro de Abreu, bem em frente à escola, fica o espaço que os moradores apelidaram de “Espaço Vitrine”. O local conta com aparelhos de ginástica, pista de caminhada, quadra de terra e brinquedos, atraindo principalmente crianças e adolescentes — a maioria alunos da escola — que, além de jogar bola, soltam pipas e brincam na grama.

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Para Roneide Dutra, essa área é um exemplo do que o Parque Ciliar Comunitário do Ribeirão do Onça quer ser.

*Estagiária sob supervisão da subeditora Fernanda Borges

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