BRs urbanas

Guerra no Brasil? Saiba quantas mil vidas ficaram no asfalto de BRs em 2024

Pesquisa da CNT aponta número assustador de 6 mil vítimas em mais de 72 mil desastres em BRs brasileiras, em um quadro de precariedade

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O panorama dos desastres nas rodovias federais brasileiras, conforme a Confederação Nacional do Transporte (CNT), é alarmante, registrando mais de 72 mil ocorrências e 6 mil mortes no último ano. A precariedade da infraestrutura rodoviária contribui diretamente para a gravidade e a frequência desses acidentes, avalia a entidade.

A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 revela que 67% da malha avaliada está em estado regular, ruim ou péssimo, com mais da metade do pavimento apresentando deficiências significativas.

A sinalização horizontal é particularmente deficiente, com faixas centrais e laterais visíveis em menos da metade da extensão avaliada e frequentemente desgastadas ou inexistentes. A geometria das vias também é um problema, com 84,8% das estradas com pistas simples de mão dupla, sem separação física entre os fluxos opostos, aumentando o risco de colisões frontais. Além disso, grande parte das pontes e viadutos carece de acostamento ou proteção, e quase um terço das curvas perigosas não tem sinalização adequada.

Para reverter esse quadro, a CNT propõe a adoção de conceitos que priorizam infraestruturas capazes de mitigar as consequências de erros humanos. Isso inclui a eliminação dos 2.446 pontos críticos identificados no levantamento de 2024, como buracos grandes e erosões, e a reconstrução ou restauração de dezenas de milhares de quilômetros de pavimento.

Já no caso dos motoristas, observações de segurança essenciais incluem a redução de velocidade em áreas urbanas para proteger pedestres e ciclistas, evitar ultrapassagens indevidas, especialmente em trechos sem acostamento, e manter sempre atenção para as condições da via e para a sinalização, cuja fiscalização precisa ser reforçada, especialmente em trechos que passam por cidades, onde a mistura de tráfegos rodoviário, local e de pedestres potencializa os riscos para todos.

Um indicativo de que a urbanização amplia os conflitos e a violência nas estradas é o levantamento de ocorrências de acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) feito pelo EM. Segundo esse balanço, de 2020 a 2024, os segmentos de BRs em perímetro predominantemente urbano com acidentes chegaram a 10.392 quilômetros – mais que o dobro dos pontos extremos brasileiros de Roraima ao Rio Grande do Sul (4.378 quilômetros, segundo o IBGE). Um aumento de 63% comparado aos 6.374 quilômetros com acidentes do histórico mais antigo da PRF, de 2007.

Se observada apenas a malha mineira, dos 9.526 quilômetros de BRs com acidentes no mesmo período, 2.240 (24%) ocorreram em áreas urbanas. Contudo, das 41.617 ocorrências totais, 12.767 (31%) estavam no perímetro urbanizado. De 41.970 feridos, 14.543 (35%) foram nesse tipo de segmento dentro das cidades. Para os mortos, a proporção foi de 602 (17%) do total de 3.570.


Dnit informa ter investido R$ 10,6 bi

Em relação às adaptações das condições das estradas em trechos urbanos, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informa que mantém monitoramento dos segmentos sob sua gestão. E que, quando algum problema é observado “dá início aos estudos necessários com a finalidade de ampliar a capacidade da rodovia e adequar o segmento com implantação de vias marginais, retornos operacionais, viadutos e passarelas para pedestres”.

Em 2024, o departamento informou ter investido mais de R$ 10,6 bilhões em melhoria da qualidade das estradas em todo o país, executando 362,99 quilômetros de obras rodoviárias, incluindo 124,76 quilômetros de implantação e pavimentação, 139,05 quilômetros de adequação e 99,18 quilômetros de duplicação com restauração da pista existente.

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A malha rodoviária federal sob responsabilidade do Dnit totaliza 60,3 mil quilômetros, com 96% de sua extensão coberta por contratos ativos de manutenção, segundo o departamento. O Índice de Condição da Manutenção, sustenta, apresentou melhora, com 74,9% das rodovias classificadas como boas e regulares em 2024, contra 66,8% em 2023.

No que se refere ao planejamento e pesquisa, essenciais para a infraestrutura rodoviária, o Dnit afirma ter aprovado 929,7 quilômetros de Estudos de Viabilidade de Rodovias em 2024, o que é fundamental para a seleção e prioridade para novos projetos estratégicos de ampliação e adequação da malha.

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