A tarifa do bilhete do metrô de Belo Horizonte ficará mais cara a partir da semana que vem, conforme autorizado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) nesta terça-feira (24/6).

O reajuste, previsto no contrato de concessão do modal, começa a valer a partir do dia 1° de julho. O valor da passagem passa de R$ 5,50 para R$ 5,80, um aumento de 5,45%, conforme o Diário Oficial de Minas Gerais.

Segundo a Seinfra, o aumento é amparado pela cláusula 11 da seção I do contrato assinado entre o Governo de Minas e a Metrô BH, concessionária que administra o transporte público.

Conforme a Metrô BH, a atualização do valor “segue os índices inflacionários e está prevista no contrato de concessão”. Em nota, a concessionária informou que o aumento ocorre devido às melhorias, como obras nas linhas 1 e 2 e a compra de dez novos trens que devem entrar em operação até o fim de 2026.

“Desde o início da concessão, em março de 2023, todo o sistema do Metrô BH vem passando por uma série de melhorias, como a modernização das estações, a revitalização da linha aérea e via permanente e a ampliação da capacidade operacional. Em um esforço conjunto com o Governo de Minas, algumas entregas estão sendo antecipadas”, diz a nota.

Para usuários do transporte, o aumento é revoltante, pois, segundo eles, não há melhorias no serviço. Para a passageira Lindalva Aparecida de Melo, que sai de Justinópolis, distrito de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o valor da tarifa ficou salgado.

“Pesa no meu orçamento, porque eu pego o metrô todos os dias e com a demora que a gente espera. Esse reajuste para a gente que paga essas passagens caras e não está tendo aquele conforto que a gente esperava ter”, conta.

O mesmo é sentido por Wasley Horta da Costa, que não vê melhorias dignas de um aumento no valor cobrado: “Eu acho injusto, porque com o reajuste a gente esperava melhoras. Eu uso o metrô há muito tempo, já tiveram mudanças, mas eu não vi essas mudanças. Pelo contrário, o serviço continua o mesmo. Entra ano, sai ano, e eu não vejo melhoras. A única coisa foi, nesses finais de semana, atraso de meia hora no metrô”.

“Eu até sou a favor que se tenha aumento de passagem, mas a gente espera que, quando aumente, tenham melhorias, tenham benefícios, mas aumenta e o serviço, tanto o atendimento dos funcionários, quanto o percurso do metrô não resolve nada. Na prática, não teve melhoria nenhuma”, conclui.

Esvaziamento

De acordo com um levantamento feito em 2024 pelo Estado de Minas, o metrô de BH enfrenta uma queda drástica no fluxo de passageiros. A pesquisa exclusiva da reportagem com a empresa que administra a linha, o Grupo Comporte, mostra que de 2013 a 2023 houve diminuição de 66,7% na quantidade de pessoas transportadas pelos trilhos. Entre os fatores que culminam na diminuição estão o aumento da tarifa e usuários migrando para ônibus ou transportes por aplicativos.

Em números gerais, o metrô transportava 64.984.904 pessoas em 2013, passando para 21.585.704 em 2023. A média de passageiros que utilizavam o serviço em dias úteis também diminuiu, indo de 221.488 no primeiro ano, para 89 mil no último. No período da série histórica, há influência da pandemia a partir de 2020, porém, as cifras já estavam diminuindo desde 2015.

Segundo a Metrô BH, atualmente são mais de 90 mil passageiros transportados diariamente. A previsão é que com a conclusão das obras, em 2028, passe a transportar uma média diária de 223 mil pessoas.

Obras

O aumento da passagem ocorre em meio a obras e intervalo mais longo entre as viagens em alguns trechos. Até sexta-feira (27), o período o intervalo entre as viagens será de 23 minutos das 20h às 23h nas estações Minas Shopping, São Gabriel e Primeiro de Maio, onde a circulação dos trens será feita por apenas um lado da via após as 20h.

A mudança ocorre devido às obras de infraestrutura na Linha 1 e a concessionária orienta que os passageiros prestem atenção quanto ao sentido da viagem antes do embarque. Apesar das mudanças, a empresa afirma que não será necessário realizar baldeações durante as obras.

Normalmente, as bilheterias e as estações do metrô funcionam das 5h15 às 23h diariamente. Os intervalos das viagens em dias úteis são de 7,5 minutos nos horários de pico, pela manhã das 6h às 8h30 e à tarde das 16h30 às 19h, no demais horários o intervalo passa a ser de 15 minutos. Aos sábados, o intervalo de 7,5 minutos é mantido das 6h às 8h30, passando para 15 minutos após esse horário. Nos domingos e feriados, os trens circulam com intervalo fixo de 15 minutos durante todo o dia.

Já a partir de sábado (28), o intervalo entre as viagens será de 24 minutos durante todo o dia e não haverá baldeação nos finais de semana dos dias 28 e 29 de junho e 5 e 6 de julho. Nos dias úteis, no horário de pico, haverá baldeação na Estação Horto nos dois sentidos. A alteração na operação vai até o dia 6 de julho devido a revitalização de um trecho da via.

Ainda no horário de pico nesses dias, o intervalo entre os trens será de 15 minutos entre a Estação Vilarinho e Horto. Da Estação Eldorado à Estação Santa Efigênia, o intervalo entre os trens será de 7,5 minutos, mas se o passageiro precisar ir além da estação Santa Efigênia, o intervalo entre os trens será de 15 minutos.

Haverá tanto trens com destino à Estação Santa Efigênia, quanto trens com destino à Estação Horto para manter o intervalo de 7,5 minutos. A Metrô BH recomenda que os passageiros observem o letreiro antes de embarcar. Além disso, avisos sonoros e colaboradores vão orientar em qual composição os usuários deverão embarcar. Já na Estação Santa Tereza, os trens passarão em uma só via com o intervalo de 24 minutos. Não haverá baldeação.

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