“Mamãe Venê deixa forte”. Assim ostentava nas redes sociais um dos autores presos em uma operação policial contra uma organização criminosa, conhecida como "Gangue da Maçã", especializada em furto de celulares em Belo Horizonte. Dois jovens, ambos de 19 anos, foram presos por furto e uma mulher venezuelana, de 31, vendia os celulares em shoppings populares e foi detida por receptação. O caso aconteceu na noite dessa quinta-feira (26/6).

Um dos rapazes se apresenta como o "Terror da Zona Sul" e era monitorado por envolvimento em furtos recorrentes e ostentava nas redes sociais os produtos adquiridos, agradecendo à “Mamãe Venê” pelos presentes. Ele tem passagens por furto, roubo e tráfico de drogas.

Segundo o boletim de ocorrência, uma motorista de aplicativo de 34 anos acionou a polícia às 22h22, após ter o celular, de modelo iPhone 11, furtado na Avenida Teresa Cristina. Com o rastreamento ativado, informou que o sinal apontava para a Rua Marcavita, no bairro Aparecida, Região Noroeste da capital. Ao mesmo tempo, o serviço de inteligência da PM e da Sejusp já havia apontado que um suspeito com as mesmas características vinha cometendo diversos crimes semelhantes na região.

Os militares seguiram ao endereço e encontraram a dupla na porta de uma casa. Segundo os registros, ao perceberem a chegada da viatura, eles jogaram um objeto no chão e correram para o interior do imóvel, mas foram alcançados e contidos.

O objeto dispensado era o telefone da vítima. Os rapazes confessaram o furto e revelaram que os aparelhos eram vendidos em um bar na região central, conhecido como “bar da venezuelana”, e ambos dividiam os lucros. Um deles, alvo da denúncia do serviço de inteligência, revelou que cometia os furtos enquanto o outro atuava como olheiro. 

A dona da casa acompanhou a abordagem e informou que o suspeito principal namora sua filha menor de idade e mora com a família.

Aos militares, a dupla afirmou que faz parte da "Gangue da Maçã", especializada em furto de celulares da marca Apple. 

No bar, outras apreensões

Segundo os registros, os militares seguiram ao suposto bar e encontraram a mulher venezuelana na entrada. Ao perceber a chegada da polícia, ela jogou um objeto para debaixo do balcão e entrou no estabelecimento. Ela recebeu voz de parada e, durante revista, os militares encontraram um celular Samsung enrolado em papel alumínio e R$ 612 em espécie nos seus bolsos. 

Debaixo do balcão, outro celular envolto em alumínio foi encontrado. Uma consulta no sistema da Anatel revelou que ambos os celulares eram frutos de roubo. Durante buscas, outros cinco celulares foram encontrados embalados da mesma maneira. A PM localizou ainda um notebook, uma balança de precisão, quatro correntes douradas, um par de brincos, dois rolos de papel-alumínio e um frasco de líquido usado para testar ouro.

Questionada, a mulher informou que era sócia do bar e que vendia celulares nos shoppings populares Oiapoque e Xavantes, ambos no Centro. Disse ainda que os celulares eram trocados por produtos ou dinheiro, mas não soube informar a origem dos objetos apreendidos. Também confirmou que já adquiriu celulares da dupla.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram um dos presos ostentando os produtos obtidos com os furtos, inclusive o roubado na noite de quinta-feira. Nos registros, ele mostrava os aparelhos furtados e os pagamentos que recebia em produtos das lojas onde a mulher venezuelana trabalhava.

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Em um dos vídeos, o jovem mostra um tênis, que custa cerca de R$ 2 mil, e diz: “Mãe Venezuela deixa é forte, agora to de 1000 no pé, sô. Credo, sô! Vai pegando, tropinha. Tem que ser a Mamãe Venê”. Outra publicação, em formato de live, mostra um furto de celular enquanto a vítima estava em um carro parado no trânsito.

A venezuelana foi presa por receptação. Os dois jovens, por furto. O trio foi encaminhado, juntamente do material apreendido, à Central de Flagrantes da Polícia Civil, que segue com as investigações.

Em nota, a PC informou que ouvirá o trio nas próximas horas. Assim que finalizado o interrogatório, novas informações serão divulgadas.

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