Até o fim de julho, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai finalizar as obras de ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH.
A estação foi projetada para atender a uma população de mais de 20 mil habitantes até 2035, segundo a Copasa.
Com um investimento de R$ 11 milhões, a ampliação da ETE substitui antigas unidades que estão deterioradas e com capacidade reduzida. De acordo com a companhia, a capacidade de tratamento passa de 18,5 litros por segundo (L/s) para 50 L/s.
A estação de tratamento Jardim Canadá também faz parte de um projeto que prevê a desativação das estações Mirante e Ecológica, que atendem o Condomínio Retiro das Pedras. O esgoto da área será direcionado para a rede coletora do Jardim Canadá, consolidando a unidade como eixo central.
Ao Estado de Minas, o Gerente de Tratamento de Esgoto Metropolitana da Copasa, Saulo Nonato de Souza, explicou a importância da ampliação da ETE Jardim Canadá. “A nova estação vai conseguir tratar com maior nível de eficiência o esgoto que é coletado. Isso também vai contribuir para a saúde pública, para a preservação ambiental, pois o esgoto que a gente recebe, trata e lança no corpo receptor, nos córregos, é feito o processo de depuração natural.”
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Ele também destacou a inovação no tipo de material utilizado nas obras. “Anteriormente, as unidades eram feitas de ferro cimento, um concreto específico para obra civil. Agora a Copasa inovou trazendo materiais mais resistentes para um ambiente para tratamento de esgoto.”
Esgotamento sanitário
As estações de tratamento têm a proposta de receber os esgotos gerados nas residências e tratá-los para que possam ser lançados nos rios e no meio ambiente, sem prejudicá-los. O especialista em engenharia sanitária e ambiental da UFMG Cláudio de Souza destacou a importância de se criar estações que sejam funcionais. “Não adianta só ter a estação e não operá-la adequadamente. Tem que estar sempre atento a essa adequação, a esse crescimento, que também se faz necessário ao longo do tempo na das estações. E que elas operem adequadamente, funcione adequadamente.”
Souza explicou ainda a importância de se preocupar com questões além do tratamento do esgoto. “As estações, sobretudo aquelas que estão mais próximas da população, na região mais próxima das casas, tem que ter uma preocupação com a questão dos odores. Porque, em vez de ser um benefício, a população vai começar a reclamar do mau odor.”
Saneamento básico em Minas Gerais
O esgotamento sanitário está previsto na Lei Federal do Saneamento Básico (Lei 11.445/07), que prevê um conjunto de serviços, como abastecimento de água potável, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
Além de ser um direito de toda a população brasileira, o tratamento de esgoto interfere diretamente na preservação do meio ambiente. “O Brasil ainda tem um grande déficit de tratamento de esgoto. E causa uma grande poluição principalmente da matéria orgânica, dos sólidos em geral que tem nos esgotos e também de outros poluentes mais específicos”, ressaltou o especialista da UFMG.
De acordo com o Painel Saneamento Brasil, 42,5% do esgoto de Minas Gerais é tratado. Os números de Belo Horizonte se destacam, 76,9% do esgoto da capital é tratado. O painel não aponta a porcentagem do esgoto tratado na Região Metropolitana.
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Outro indicador é o número de pessoas que ainda não têm acesso à coleta sanitária. No âmbito estadual, 22,4% da população de Minas Gerais estão nesta estatística, representando mais de 5 milhões de pessoas. Em BH, o índice é menor, apontando 4,2% da população, sendo, aproximadamente, 99 mil pessoas. Já na Região Metropolitana, o painel aponta que 17,5% da população ainda não têm acesso à coleta - sendo mais de 1 milhão de cidadãos.