‘Querida e amada’: alunos lamentam morte de professora em BH
Em nota, o Colégio Santa Marcelina, onde Soraya Bonfim dava aulas, também lamentou o ocorrido e disse que "sua memória permanecerá viva"
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Siga noAlunos e pais de alunos do Colégio Santa Marcelina, localizado no Bairro São Luiz, na Pampulha, lamentaram a morte da professora Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, nas redes sociais. O corpo de Soraya, que lecionava história na escola desde 2017, foi encontrado nesse domingo (20/7) pela Polícia Militar (PMMG) no Bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, na Região Metropolitana de BH. Tinha queimaduras na parte interna das coxas e manchas de sangue nas partes íntimas.
O velório será realizado nesta segunda-feira (21/7) no Cerimonial Santa Casa BH, no bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte, às 17h30. Já o enterro será realizado no Cemitério da Paz, no bairro Caiçaras, na Região Noroeste, nesta terça-feira (22/7), às 9h30.
A educadora era vista como uma mulher destemida, forte e guerreira, mas sensível e bondosa na mesma intensidade. Alguns estudantes a compararam com nomes históricos, como Joana D'arc, Marie Curie, Anita Garibaldi e Clarice Lispector. A dedicação às aulas também foi apontada por diversos alunos, que reforçaram o amor existente em cada gesto de Soraya.
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"Hoje, não nos despedimos apenas de uma professora. Nos despedimos de uma mulher rara. De uma alma generosa, de um coração imenso, de uma mente brilhante. De alguém que dedicou sua vida ao conhecimento e ao cuidado com o outro. Uma mulher cuja presença iluminava e cuja ausência agora nos dói profundamente", disse uma aluna em nome da turma para a qual a professora dava aulas.
Outros estudantes reforçaram o quanto a educadora os ajudou não só a gostar da disciplina que ela aplicava, mas também em outros aspectos da vida. "Tatiana foi uma professora querida por todos – alegre, divertida, atenciosa e com um coração enorme. Foi uma honra ser sua aluna, Tati. Você marcou nossas vidas com seu jeitos único de ensinar e de ser. Que a sua luz continue a brilhar em cada pessoa que teve o privilégio de aprender com você", disse outra aluna.
Os pais dos estudantes também lamentaram a partida de Soraya: "Tati, professora querida e amada por Júlia. Afetuosa, incentivadora. Inesquecível. Ficará para sempre na trajetória da minha menina", disse uma mãe.
Em nota, o Colégio Santa Marcelina comunicou que ainda não há informações confirmadas sobre o velório e enterro. “Toda a comunidade educativa da Rede Santa Marcelina se une em oração e solidariedade à sua família, colegas e estudantes neste momento de dor. Rogamos a Deus que a acolha com amor e misericórdia, e que conforte todos que choram sua partida. Sua memória permanecerá viva entre nós”, diz o comunicado.
O caso
Conforme familiares e amigos, a vítima iria para uma festa de aniversário com amigas na sexta-feira (18/7), mas, devido a um mal-estar, desistiu de sair. Por volta das 20h20, ela conversou com o filho, que estava saindo para viajar para a Serra do Cipó e, desde então, não teve mais contato com ninguém. Ela vestia uma roupa cinza, sendo que, apenas a parte superior foi encontrada.
De acordo com os policiais, o corpo foi encontrado coberto por um lençol. Ela estava seminua, somente com a parte de cima do vestido. No local, apenas os óculos da professora foram encontrados. A PM recebeu uma denúncia por volta de 10h deste domingo, informando sobre o corpo.
Imagens de câmeras de segurança perto da casa da professora mostraram, ainda na noite de sexta, dois veículos na porta do prédio, mas não é possível ver ninguém entrando ou saindo do edifício no período.
Na manhã do dia seguinte (19/7), o filho tentou contato por telefone e mensagens, mas não foi atendido. Posteriormente, pediu para que uma tia tentasse contato com a mãe, mas ela também não conseguiu. Ao retornar para casa, ele disse que não havia sinal de arrombamento e que a mãe havia saído de casa sem levar documentos ou carteira. Ele deu falta do celular de Soraya, das chaves de casa e os óculos. Ele ainda tentou localizá-la pelo celular, mas o aparelho estava desligado.
O apartamento onde a professora morava estava fechado. Com a ajuda de um chaveiro, familiares conseguiram entrar no imóvel, mas não encontraram sinais da professora. Ainda no sábado, parentes percorreram diversos hospitais de Belo Horizonte, sem sucesso.
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O filho reconheceu o corpo da mãe no Instituto Médico Legal (IML). A investigação do que ocorreu está a cargo da Polícia Civil (PCMG). Até o momento, não há suspeitos identificados e nem pistas sobre o que teria motivado o crime. A PCMG investiga o caso como homicídio, com indícios de feminicídio e violência sexual.