SERVIÇOS DE STREAMING

Streaming cresce em Minas, enquanto TV por assinatura perde espaço

Com mais opções, praticidade e preços acessíveis, plataformas digitais ganham espaço nos lares mineiros, em meio à queda no acesso à TV aberta e por assinatura

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Os serviços de streaming seguem como principal forma de consumo de conteúdo audiovisual em Minas Gerais. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do suplemento anual de Características de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da PNAD Contínua, 43,1% dos 7,71 milhões de domicílios com televisão no estado acessam serviços pagos de vídeo sob demanda - Netflix, Prime Video, Globoplay e outros. O número representa um crescimento de 1,6 ponto percentual em relação a 2023 e de 2,4 p.p. frente a 2022, quando esse dado começou a ser coletado. 

Enquanto isso, a televisão por assinatura continua perdendo espaço. Apenas 24,3% dos domicílios com TV mantêm o serviço, queda de 0,9 p.p. em um ano. A retração é ainda mais acentuada nas áreas rurais, onde o índice caiu de 17,4% em 2023 para 13,5% em 2024. Na avaliação do IBGE, o principal motivo já não é o preço, mas o desinteresse pelo serviço tradicional: 58,4% dos entrevistados afirmaram não se interessar pela TV paga, contra 31% que a consideram cara.

Além da queda da TV por assinatura, diminuiu o número de lares com acesso ao sinal aberto de televisão: em 2024, 86,5% dos domicílios tinham esse tipo de recepção, frente a 88% no ano anterior. A proporção de domicílios completamente sem acesso a qualquer tipo de sinal de TV (seja aberta, por assinatura ou parabólica) subiu de 5,2% para 6,7%, totalizando cerca de 5 milhões de lares em todo o país. 

Realidade digital nos lares mineiros

Mesmo com o crescimento dos serviços digitais, Minas Gerais ainda está abaixo da média nacional no acesso ao streaming, que chegou a 43,4% em 2024. No recorte regional, as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste apresentaram os maiores percentuais, com destaque para o Sul, onde mais da metade dos lares com TV (50,3%) é adepta dos serviços pagos de vídeo sob demanda. Já as regiões Norte e Nordeste seguem com os índices mais baixos, embora a Nordeste tenha registrado o maior crescimento percentual no período.

O estudante Tom Veloso, de 20 anos, é um exemplo da mudança no perfil do consumidor de conteúdo audiovisual. Ele e a família deixaram de assinar TV a cabo em 2021. "A gente já não usava tanto a TV por assinatura. Eu e meu irmão assistíamos a jogos de futebol, e minha mãe via novela. Quando esses conteúdos migraram para o streaming, não fazia mais sentido manter a assinatura", explica.

Para o jovem, a escolha pelo streaming vai além do custo-benefício: trata-se de autonomia. "Com streaming, a gente escolhe o que quer ver, quando quer ver e ainda evita os anúncios. É mais prático. E se você só gosta de filmes, pode assinar um serviço voltado para isso. A TV a cabo te obriga a pagar por pacotes fechados, com muitos canais que você nem assiste."

Rendimento e acesso

Os dados da PNAD TIC mostram uma forte correlação entre renda e acesso à tecnologia. O rendimento médio per capita nos domicílios com acesso ao streaming foi de R$ 2.950 - mais do que o dobro daqueles que não utilizam esse serviço (R$ 1.390). Entre os que possuem tanto streaming quanto TV por assinatura, a média salta para R$ 3.903. Lares com apenas televisão de tubo, por exemplo, têm rendimento médio de apenas R$ 952.

Além disso, os dados revelam uma transformação na forma como os lares estão equipados. Em 2024, 93,9% dos domicílios tinham televisão, sendo a grande maioria composta por aparelhos de tela fina (93,4%). Apenas 5,2% dos lares ainda contavam exclusivamente com televisores de tubo, índice que vem caindo a cada ano.

"Não sei se o streaming é mais acessível para todos, mas acredito que o custo-benefício seja positivo, no sentido que - independentemente do serviço que tiver -, a quantidade de conteúdo que você tem ali pra acessar de forma prática, podendo escolher quando ver e como quer ver, compensa os valores", comenta Tom. 

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Parabólicas e televisão aberta em declínio

A recepção de sinal por parabólica também sofreu uma queda expressiva. Pela primeira vez na série histórica, o número de domicílios com miniparabólica superou o das parabólicas grandes: 11,1 milhões contra 5,8 milhões. O uso exclusivo da parabólica analógica caiu de 1% para apenas 0,3% dos domicílios, expressando uma redução de mais de meio milhão de casas.

Enquanto isso, a proporção de domicílios com televisão que acessam conteúdo exclusivamente pela internet (sem sinal aberto ou TV por assinatura) cresceu. Em 2024, 8,2% dos lares com streaming não tinham nenhum outro tipo de acesso à televisão tradicional - mais que o dobro dos 4,7% registrados em 2022.

Concorrência nas buscas

O Trends, plataforma que monitora o interesse por palavras-chave no buscador do Google, mostra que a Netflix continua o streaming mais popular entre os brasileiros nos últimos três meses. No período, a marca só foi superada pela Max em momentos isolados, como em 6 de maio, quando a plataforma ligada à HBO lançou o trailer da série baseada em Roberto Gómez Bolaños, o Chaves. 

O pico da Netflix no Trends aconteceu em 6 de julho, quando golpistas usaram a marca para roubar dados pessoais e dinheiro de vítimas. 

Em terceiro lugar na tendência de interesse está o Globoplay. Amazon Prime e Disney+ se revezam em quarto e quinto, segundo o Trends, nos últimos 90 dias.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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