Dois caminhões, um carro, uma moto, um jet ski com carretinha e diversos documentos foram apreendidos pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nessa quinta-feira (17/7), durante a segunda fase da operação Vox Vacua, em Espinosa (MG), no Norte do estado.

A ação mira uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes em pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos, analfabetos e pessoas com deficiência. A maioria das vítimas é beneficiária do INSS.

Os mandados de sequestro de bens foram cumpridos em Espinosa e também na cidade de Urandi, no estado da Bahia, onde um dos caminhões foi localizado em uma pedreira. Além dos veículos, os investigadores recolheram contratos, dispositivos eletrônicos e documentos ligados ao grupo.

Conforme as investigações, a quadrilha atuava com estrutura segmentada, formada por núcleos jurídico, operacional e logístico. Desta forma, o grupo promovia ações judiciais fraudulentas, com o objetivo de desviar valores, com uso de empresas de fachada, escritórios disfarçados de assessorias jurídicas e procurações adulteradas.

De acordo com a PCMG, as vítimas, cuja maioria era beneficiária do INSS, eram convencidas a entregar documentos e senhas com a promessa de empréstimos. Com isso, os suspeitos transferiam os benefícios para contas controladas pelo grupo e utilizavam essas pessoas como laranjas em operações bancárias, como Pix e criação de cartão de crédito.

Para Eujécio Coutrim, delegado responsável pela investigação, a organização agia com frieza e sofisticação. "[O grupo] usava conhecimento jurídico e tecnologia para explorar pessoas vulneráveis. O objetivo agora é estrangular o fluxo financeiro e aprofundar a responsabilização dos envolvidos”, afirmou.

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Primeira fase

Na primeira fase da operação, realizada em 5 de junho deste ano, duas pessoas foram presas, incluindo o homem apontado como líder do esquema. Um advogado foi detido em flagrante com medicamentos controlados e munições. Na ocasião, foram apreendidos celulares, cartões, documentos em branco, além de três veículos e o bloqueio de contas bancárias e CNPJs ligados à quadrilha.

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