HOMICÍDIO

Corpo de policial penal morto em escolta é enterrado em Justinópolis

Euler Pereira da Rocha, de 42 anos, foi morto a tiros por um detento durante escolta no Hospital Luxemburgo. Familiares lamentam e sindicato denuncia

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O corpo do policial penal Euler Pereira da Rocha, de 42 anos, que morreu assassinado, com dois tiros, por um detento do Presidio Inspetor José Martinho Drumond, Shaylom Cristian Ferreira Moreira, dentro do Hospital Luxemburgo, na zona sul de BH, na madrugada de domingo (3/8), no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, foi sepultado às 11h, nesta segunda-feira, no Cemitério Municipal Nossa Senhora da Piedade, em Justinópolis, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde foi velado. O autor do crime foi preso, pouco depois do crime, num veículo de aplicativo.

O policial penal Euler deixou três filhos, de 5, 13 e 18 anos. O autor do crime é Shaylom  foi transferido, ainda no domingo (3/8), do Hospital Luxemburgo, direto para a Penitenciária de Francisco Sá, no norte de Minas. A transferência foi feita na tarde de domingo (3/8).

A morte do policial encontra-se sob apuração administrativa no âmbito da Corregedoria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp).  Paralelamente, as investigações criminais estão sob responsabilidade da Polícia Civil.

A morte está sendo investigada pela Corregedoria de Polícia Penal, que abriu inquérito. Segundo as primeiras investigações, Euler deveria estar acompanhado, uma vez que as escoltas são feitas em dupla.


As informações, até o momento, são de que esse segundo policial penal da escolta, teria ido em casa, o que não é permitido. Segundo informações de uma fonte da Corregedoria, esse detalhe, de ter abandonado seu posto, pode acarretar na incriminação, pelo policial penal, de coautoria de homicídio. Ele foi afastado de seu serviço.

Dor

A família de Euler está inconformada com sua morte e a maneira como aconteceu. Uma sobrinha de Euler, Thais Maford, lembra que no sábado , o tio, que estava trabalhando, ligou para ele, pedindo ajuda, para que levasse a avó a um hospital, pois não estava bem de saúde. "Eu atendi. Socorri minha avó. Levei para o Hospital Municipal, aqui de Ibirité, onde ela permanece internada. Falamos a ela sobre a morte do meu tio, mas ela não está processando as informações."

O irmão de Euler, Fernando Alves da Silva, está revoltado. "A gente sabia que era uma profissão de risco. Ele também, mas não se importava. A gente nunca pensou que fosse acontecer alguma coisa. E aconteceu. Estamos revoltados e o que esperamos é que a justiça seja feita."

Fernando conta, também, que o irmão era amoroso e que cuidava da família. Deixou três filhos, de 18, 13 e cinco anos. Ele estava construindo um sítio, no Bairro Tony, em Ibirité, e estava na Polícia Penal desde 2009.

Sindicato

Jean Otoni, presidente do Sindicato dos Policiais Penais, diz que essa é uma situação inusitada. A morte de Euler expõe uma situação alarmante. "Não foi registrado, desde 2003, um caso de morte de um policial penal. Na ocasião, um policial penal foi morto numa guarita, em Ribeirão das Neves."

Segundo Jean, a morte de Euler mostra o descaso para com o policial penal que participa de escoltas. "No caso da Polícia Militar, o revezamento acontece de quatro em quatro horas. Uma viatura chega para render a outra. No nosso caso, não. Geralmente, o período de trabalho é de 12 horas. E, muitas vezes, o policial penal vai em seu carro particular. Além disso, o ideal é que fossem três policiais na escolta, por conta de necessidades dos envolvidos. No caso de mulheres, é ainda mais grave, pois elas menstruam."

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O dirigente sindical diz que há muito o que se discutir e que um dos maiores problemas é o a falta de contingente muito inferior ao necessário. "Há muito não é feito um concurso."

 A morte

Madrugada de domingo. O policial penal Euler, que estava de serviço, trabalhando na escolta do detento Shaylom Cristian, do Presídio Inspetor José Martinho Drummond, em Ribeirão das Neves, foi assassinado pelo homem que vigiam, dentro do Hospital Luxemburgo, no bairro de mesmo nome, na região centro-sul de Belo Horizonte.

O autor, Shaylon, estava internado no hospital, em tratamento. Junto de Euler estava escalado outro policial penal, que no momento do crime, não estava presente no hospital.

Depois de matar o policial penal, Shaylon, agindo friamente, tirou o uniforme fr Euler, e o vestiu, pegando também a arma. Um vídeo, do hospital mostra o momento em que ele passa pela portaria do hospital e em seguid toma um veículo Uber, desaparecendo.

Um alerta foi expedido e a Polícia Militar, através do 22º Batalhão, localizado no Bairro São Bento, iniciou uma operação de busca, que culminou com a descoberta do matador, que estava dentro de um veículo de aplicativo.

O detento estava no hospital com a escolta de dois policiais. Ele aproveitou um momento de distração dos vigilantes e atacou o único policial penal que estava com ele naquele momento.

A forma como ocorreu a morte, ainda não foi revelada pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Mas sabe-se que depois de matar o policial penal, o autor pegou a farda e a arma do policial penal, antes de iniciar a fuga.

Um alerta foi expedido e a Polícia Militar, através do 22º Batalhão, localizado no Bairro São Bento, iniciou uma operação de busca, que culminou com a descoberta do matador, que estava dentro de um veículo de aplicativo.

O autor do crime é detento do Presídio Inspetor José Martinho Drummond, localizado em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e que registra o maior número de homicídios de janeiro até agora. São 20 no total.

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