MG: protocolo é assinado para criar comitê de apoio aos órfãos; entenda
Iniciativa do MPMG ao propor o comitê aconteceu na esteira da criação da Casa Lilian, há dois anos, visando acolher vítimas de violência em Minas
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Siga noUm protocolo de intenções com o objetivo de formalizar a criação do Comitê Interinstitucional para Atenção Integral aos Órfãos e Órfãs de Minas Gerais foi assinado na manhã desta sexta-feira (22/8), durante um seminário, em Belo Horizonte, realizado pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf). Ainda não há, porém, data definida para que o comitê comece a operar.
A data escolhida para o seminário e assinatura do protocolo marca os nove anos do assassinato da servidora do Ministério Público estadual Lilian Hermógenes da Silva em 23 de agosto de 2016, a mando do ex-marido. Em sua memória foi instituído em 2019 o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, por meio da Lei 23.144/2018.
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Logo, a iniciativa do MPMG ao propor o comitê aconteceu na esteira da criação da Casa Lilian, há dois anos, visando acolher vítimas de violência em Minas, incluindo aqueles que tiveram suas mães mortas em crimes de feminicídio.
“Quem cuida de quem ficou órfão?”, questiona a promotora de Justiça Ana Tereza Ribeiro Salles Giacomini. “(A pergunta) não é apenas uma retórica, mas uma convocação. Convoca o sistema de Justiça, as instituições públicas, a sociedade e cada um de nós, pessoalmente. Ela exige de nós um olhar corajoso para aquilo que não está registrado as estatísticas, para o que escapa dos sistemas, para quem fica com a dor da ausência, com os silêncios, medos e marcas invisíveis do feminicídio”, destacou.
Recordes
De acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a violência contra a mulher não dá trégua em Minas Gerais. No ano passado, o estado bateu recorde, com 415 registros de feminicídios, sendo 248 tentados e 167 consumados. Em 2023, foram 354 (186 consumados e 168 tentativas). Já este ano, conforme os últimos números, atualizados em junho, Minas teve 167 casos de agressão, sendo 72 consumados e 95 tentados. Do total, 21 foram em BH.
Armas dos crimes
Um levantamento do Instituto Fogo Cruzado em 57 municípios indicou uma tendência de uso de arma de fogo nas tentativas de feminicídio. Segundo o estudo, pelo menos 29 mulheres foram vítimas de ataques com arma de fogo em 2025, até a primeira quinzena de agosto.
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