Um delegado que atuava em Curvelo, na Região Central de Minas, foi afastado do cargo por decisão judicial. A medida, publicada nesta quarta-feira (20/8) no Diário Oficial do Estado, é decorrente de denúncias de assédio sexual e moral contra uma colega da própria corporação. 

Enquanto permanecer fora do exercício da função, o servidor, identificado como Henrique César Felleiros, será investigado pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

A esposa do delegado, Amanda de Paula Sousa Falleiros, também está envolvida no processo. De acordo com a denúncia, ela teria feito ameaças à vítima e a familiares, inclusive aos dois filhos dela. Uma das mensagens, que a cônjuge de Henrique César teria enviado ao marido da servidora assediada, sugere que o homem mate a esposa. Ela ainda enviou fotos dos filhos do casal, com os dizeres "cuide deles". 

Na mesma mensagem, Amanda também diz que ela e o próprio marido não têm que "sair de Curvelo". Ela prossegue sugerindo que a vítima e o respectivo cônjuge "se recolham a Inimutaba", cidade vizinha. A mulher ainda afirma que a policial civil assediada estaria mentindo sobre o que chama de "versão de assédio".

Afastamento e medidas de proteção

A decisão, assinada pela juíza Rachel Cristina Silva Viégas, determina que Henrique César e Amanda mantenham constantemente uma distância mínima de 200 metros da vítima e dos filhos dela. O casal também está proibido de manter qualquer tipo de contato, "por qualquer meio de comunicação", com a policial civil e familiares dela. 

Entenda o caso

De acordo com a decisão judicial, a vítima, que há cerca de 11 anos atua como policial civil em Curvelo, era colega do delegado e, inicialmente, os dois desenvolveram uma relação de amizade. Porém, com o tempo, Henrique César teria começado a criar situações para ficar a sós com a colega. Ele também fazia elogios à beleza e à inteligência da servidora.  

Ainda segundo os documentos, a policial teria cordialmente pedido para que o delegado não seguisse com esse tipo de comportamento, mas os constrangimentos continuaram. Henrique César teria chegado até a abraçá-la e tentado beijá-la na boca, sem consentimento, dentro da própria delegacia da PCMG. 

Posteriormente, durante um período de férias, a vítima teria recebido uma mensagem do delegado, na qual ele dizia estar com saudade. A esposa dele, então, teria visto o contato, o que desencadeou problemas conjugais entre os dois e as ameaças de Amanda à policial. 

  

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As situação escalou quando o delegado passou a usar o cargo de chefia para ameaçar a policial civil com transferências de local de trabalho. A esposa dele também teria aumentado as intimidações com mensagens difamatórias, nas quais afirmava que a vítima tinha "vários amantes" na delegacia da PCMG.

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