MG: iFood assina protocolo de conscientização a motoboys
Documento visa promover capacitação e conscientização de motociclistas a fim de prevenir acidentes no trânsito
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Siga noNos últimos dez anos, 9.150 pessoas morreram em acidentes envolvendo motociclistas, e outras 637 mil ficaram feridas, em Minas Gerais. Diante desse cenário, um protocolo de intenções foi assinado nesta quinta-feira (25/9) a fim de promover ações de capacitação e conscientização para entregadores de aplicativo.
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O foco do documento assinado entre o governo estadual e a iFood durante a realização de um Pit Stop Educativo na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, é fomentar parcerias de capacitação e qualificação em boas práticas de trânsito para motociclistas registrados na plataforma de entrega. Serão três blocos de ações: campanhas educativas, ações de regularização de documentação tanto do condutor quanto dos veículos e oferta de cursos.
Segundo a secretária de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Silvia Listgarten, o que está sendo proposto é uma mudança de cultura com foco em segurança no trânsito e, ao mesmo tempo, em entender a especificidade do trabalho dos entregadores.
Como divulgado durante o evento, são mais de 100 milhões de entregas por aplicativo realizadas por mês em todo o estado. Hoje, Minas conta com uma frota de mais de 3,4 milhões de motocicletas, o equivalente a 41% dos veículos no estado, sendo 318 mil somente em Belo Horizonte.
A vice-presidente de Impacto Social da iFood, Luana Ozemela, explica que o tempo de cada entrega é calculado com uma margem de tempo superior à necessária, para a segurança do motociclista. “Hoje, os entregadores sabem que não precisam correr para entregar o pedido a tempo, mas muitos ainda assim o fazem porque querem fazer mais pedidos dentro do mesmo tempo. Então parte da mudança comportamental passa pela educação“, diz.
Repercussão
Para muitos condutores, as entregas por aplicativo são a principal fonte de renda. É o caso de Li Li An, de 40 anos, que começou a trabalhar como entregadora durante a pandemia da Covid-19, em 2020. Apesar de exaltar a importância do protocolo, ela clama por atenção também de motoristas de automóveis a fim de evitar acidentes com motoboys.
“O dia a dia de um motociclista é bem cansativo e estressante, porque a maioria dos motoristas (de automóveis) não enxerga a gente, não usa o retrovisor e não liga a seta. O cliente quer a entrega para ontem, então a gente tem que acelerar para dar conta do tempo, sem sofrer um acidente no meio do caminho”, explica.
Li conta que aproveitou o evento na Praça da Liberdade para se cadastrar na iFood devido aos benefícios que a empresa garante, como seguro gratuito em caso de acidente ou morte. Para ela, a união da empresa com o estado é uma coisa positiva: “O motociclista é muito sozinho, a gente não para nem para comer. Então, uma oportunidade de conscientizar a população para ajudar um pouquinho o motociclista que trabalha com a entrega é sempre bem-vinda”.
Para Emerson Márcio de Freitas, entregador há quase três décadas, é importante que a categoria ganhe visibilidade perante a empresa e o Governo. Ele avalia que cada um deve fazer a sua parte no trânsito para que não haja acidentes. “A população está crescendo e as pessoas estão andando muito agitadas, mas se a gente trabalhar com segurança e respeito dá certo. Tem 28 anos que trabalho em cima de uma moto e nunca me machuquei”, analisa.
Condução segura
Hoje a iFood também lançou o Indicador de Condução Segura, que vai registrar parâmetros como excesso de velocidade e manobras bruscas ao longo do trajeto. O entregador poderá acessar os dados na central de segurança no aplicativo.
“Isso mostra o poder que a tecnologia tem para compor esse indicador e mostra para o entregador, de forma muito mais transparente, se a condução foi segura ou não. Com o tempo vamos entender como integrar isso aos incentivos e desincentivos que o entregador tem no dia a dia”, explica a vice-presidente de Impacto Social da iFood, Luana Ozemela.
Luana ressalta que a empresa oferece um seguro a todos os colaboradores cadastrados que cobre acidentes tanto durante as entregas quanto no retorno para casa. O benefício engloba desde diárias por afastamento até a cobertura de fatalidade, com valores que variam de R$ 60 a R$ 120 mil.
Pit Stop
No último dia da Semana Nacional de Trânsito, realizada entre os dias 18 e 25 deste mês, o Pit Stop Educativo convidou motociclistas a participarem de atividades que destacam o uso de equipamentos de segurança e a importância da pilotagem defensiva.
Os participantes também receberam orientações sobre regularização das documentações necessárias para estarem de acordo com a legislação.
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O Pit Stop Educativo contou com 13 parceiros institucionais, entre eles as Polícias Militar (PMMG) e Civil (PCMG), a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) e a Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).