As obras de reconstrução da barragem de água da Lagoa do Nado, que rompeu após um temporal em novembro de 2024, devem começar no primeiro semestre de 2026. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que, no momento, a estrutura está desativada e sem espelho d’água.
Ainda segundo o Executivo Municipal, a reconstrução está em fase de projeto e a licitação tem previsão de ocorrer ainda este ano. A PBH informou que, desde a ruptura da estrutura, foram feitos serviços de contingência na área. “As ações, concluídas no primeiro semestre deste ano, contemplaram a instalação de retentores de sedimentos, execução de um canal para controle do fluxo, estabilização das ombreiras remanescentes e isolamento da área da barragem com cerca”, informou, em nota. Nesta etapa foram investidos cerca de R$ 1,8 milhão.
Agora a prefeitura se prepara para a licitação do projeto da nova estrutura e do restabelecimento do espelho d’água. “O projeto da nova barragem irá prever modelos novos e mais modernos de barramento e operação, com melhorias socioambientais no parque e medidas pontuais de reservação”, destaca a PBH.
Rompimento
O episódio aconteceu em 13 de novembro de 2024 durante um temporal que atingiu a capital. A barragem, com cerca de 60 milhões de litros de água — o equivalente a 25 piscinas olímpicas —, não suportou a pressão gerada por chuvas intensas. O talude cedeu, liberando um fluxo violento de água e sedimentos que avançaram pela Avenida Dom Pedro I e interditou temporariamente a via. A vazão de água fez com que o manancial artificial ficasse praticamente seco.
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O barramento rompido virou um barranco de terra e rochas vermelhas sustentando uma parte da estradinha de pedras e calçamento e da grama. Também sofreram estragos pedaços de vegetação, raízes de árvores, cabeamento elétrico dos postes de iluminação e cercas, além das variadas espécies de peixes, pássaros e tartarugas que foram resgatados.
Por causa dos estragos causados pelo rompimento da barragem, o parque ficou fechado por 20 dias. O local voltou a funcionar em 3 de dezembro. Segundo a PBH, apenas permanecem fechadas as áreas onde estão sendo feitas as obras de recuperação da barragem, as demais funcionam normalmente.
Reconstrução do barramento
Segundo o relatório técnico elaborado por uma comissão especial da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi), o acidente aconteceu pela redução da capacidade de vazão da água. Essa redução teria sido causada pela instalação de um dispositivo para controle do nível de água. A medida e as fortes chuvas registradas no dia do acidente fizeram com que a barragem, que é de terra, não suportasse o volume de águas e se rompesse.
Foi aberta uma sindicância para apurar a responsabilidade pela instalação do dispositivo que teria resultado no rompimento. De acordo com a Smobi, com base na análise dos documentos, oitivas das testemunhas e demais elementos colhidos ao longo da investigação, não foram identificadas falhas estruturais na barragem que possam ter contribuído para o seu rompimento.
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“Os elementos apurados indicam que o incidente ocorreu porque a galeria do vertedouro encontrava-se parcialmente obstruída por três anteparos de madeira, denominados stop log. Esses dispositivos foram removidos do vertedouro durante o período de chuvas, para rebaixamento do nível do reservatório, mas foram indevidamente recolocados posteriormente. Não foi possível identificar o responsável pela recolocação dos anteparos na galeria”, ressaltou, em nota. O relatório da sindicância foi encaminhado ao Ministério Público.