COMÉRCIO ILEGAL DE BEBIDAS

Metanol: bares e fabricantes se preocupam com casos de intoxicação

Para os profissionais no ramo de bebidas, o cenário reforça a importância da fiscalização. Mas, a insegurança pode impactar o mercado

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Mesmo sem casos confirmados de contaminação por metanol em Minas Gerais, o cenário nacional preocupa fabricantes de destilados. É o que relata o diretor comercial da Don Luchesi, Alexandre Luchesi, ao Estado de Minas. A fabricante é responsável pela produção do O’Gin, bebida que acumula mais de 50 prêmios em todo o mundo.

“Acredito que terá impacto no mercado, até as pessoas voltarem a ter confiança. A gente vê pessoas falando ‘ah, é só não beber nenhum tipo de bebida destilada’, mas essa situação não pode ser invertida. As empresas sérias acabam sendo punidas”, disse. 

A destilaria mineira, junto com entidades que representam o setor de bebidas, está promovendo uma campanha para que os estabelecimentos, ou até mesmo consumidores, começem a descartar a garrafa e a tampa destes destilados, a fim de não ser possível reutilizá-las. “Comprou esses produtos, consumiu, dá um destino final à garrafa para ela não voltar para o mercado. Destrói a tampa, faz reciclagem, sabe?”, contou. 

Hoje, o O’Gin é comercializado em bares, redes de supermercados e em eventos realizados em Belo Horizonte. O diretor comercial ainda detalhou os protocolos de segurança feitos pela destilaria. “Estamos tranquilos quanto à qualidade do nosso produto. Compramos um álcool que vem junto com um laudo técnico de qualidade, inclusive mostrando se tem ou não metanol. Pegamos esse álcool e mandamos para um laboratório particular. Destilamos ou preparamos a bebida e todo lote que vai para a rua também passa por uma análise especial.” 

Em média, 50 mil litros de gin são produzidos pela destilaria, localizada em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Temos muito orgulho de sermos mineiros, de fazer um produto de qualidade e garantir que todos os nossos consumidores possam beber com toda tranquilidade”, finalizou Luchesi. 

De acordo com o Ministério da Saúde, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional) recebeu 43 notificações de intoxicação. Do total, 39 casos foram registrados em São Paulo (SP), sendo 10 confirmados e 29 em investigação. No Nordeste, quatro casos estão sendo investigados em Pernambuco (PE). Ainda foi registrado uma morte no estado paulista, enquanto outros sete óbitos estão em investigação (cinco em SP e dois em PE). 

Bares em BH também se posicionam 

A preocupação também levantou burburinhos e temor, nas redes sociais, em relação a transparência das marcas, bem como na comercialização das bebidas em bares e restaurantes famosos em BH. Diante disso, alguns estabelecimentos se posicionaram para tranquilizar a clientela. O Porca Voadora, na Serra, Região Centro-Sul, foi um dos que informaram estar acompanhando a onda de contaminações.

Em entrevista ao EM, o sócio do local, João Gabriel Valadares mencionou a preocupação com a saúde pública e a atenção sobre a origem e o controle das bebidas. “Temos que redobrar a atenção tanto com nossos parceiros comerciais, quanto com nosso bar. É uma forma de carinho também. Temos mantido contato com essas pessoas para saber sobre a produção”, afirmou. Segundo ele, são marcadas e feitas visitas nas fábricas para assegurar que não existe risco para a saúde de alguém. 

“No Porca, os clientes estão preocupados, mas ainda levam para o lado da brincadeira. Por não ter tido nenhum caso no estado, o pessoal ainda não está sentindo a insegurança ou a seriedade da contaminação”, relatou. Apesar disso, o sócio destacou a importância da compra direto na fonte e a verificação do lacre e do rótulo.

Além do Porca Voadora, outros bares como Mascate Runeria, Dona Ninguém, Jambruna, Vino e Xangô Bar se manifestaram sobre a responsabilidade de fiscalização, e garantiram a atenção aos cuidados necessários.

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Orientações do Ministério da Saúde

Os principais sintomas de intoxicação por metanol podem aparecer entre 12h e 24h após a ingestão da substância, de acordo com o Ministério da Saúde. Os principais sintomas são:

  • Dor abdominal;
  • Visão adulterada;
  • Confusão mental;
  • Náusea. 

Caso tenha esses sinais, é recomendado procurar o atendimento médico no serviço de emergência mais próximo para investigação, diagnóstico e tratamento adequado. Ao chegar na unidade de saúde, a pessoa deve informar que consumiu bebida alcoólica e em qual contexto. 

*Estagiária sob a supervisão do subeditor Humberto Santos

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