CONTRATO

Microfone negado: cantora lírica relata desgosto em casamento em BH

Artista, que canta em matrimônios há 25 anos, teve surpresa desagradável em celebração em Belo Horizonte; paróquia alega seguir regras

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A cantora lírica e servidora pública Clara Maria Guzella Miranda Aflalo, de 40 anos, passou por uma experiência delicada na igreja de Nossa Senhora Rainha, no Bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã deste sábado (11/10). Desde os 15 anos, ela canta em casamentos e já se apresentou em cerimônias em diversas paróquias da cidade. Para o matrimônio em que iria participar neste fim de semana, teve uma surpresa nada agradável.

“Havia falado com a noiva para contratar o som da igreja, já que geralmente eles disponibilizam tudo. Não levei nada, esperando usar o equipamento”, conta. Qual não foi o espanto quando, ao procurar o técnico de som, ele disse que o contrato assinado não contemplava a utilização do microfone e negou seu uso.

Familiares, a cerimonialista e Clara, representando o grupo musical formado por ela, flauta, teclado, violino e trompete, também procuraram o padre a fim de contornar a situação. Mesmo oferecendo dinheiro para alugar os microfones (havia dois no altar), a resposta foi negativa.

"O padre falou: 'Se a noiva não leu o contrato, o problema é dela. Esse problema não é meu, não posso fazer nada.' Realmente não prestou atenção ao contrato, também não me repassou o documento, mas era uma questão fácil de resolver. O que aconteceu foi um mal-entendido", diz.

Clara e muitos presentes ficaram absurdados com a "falta de empatia, amor, caridade e compaixão dentro de uma igreja, que é do povo, que contribui", em suas palavras. "Um absurdo o que ele fez. Pode ter regras, mas não fazer maldade", relata a cantora, que foi integrante da igreja e, inclusive, casou-se e batizou sua filha lá. "Eu servi na igreja por mais de 14 anos. Cantei de graça todos esses anos. Fui dizimista. Eu ajudei a comprar os próprios equipamentos de som."

Ela conta que, por sorte, conseguiram resolver o problema. "O casamento era para apenas 25 pessoas. Para a flauta, o violino e o trompete, não precisa de amplificador. A flautista havia levado um microfone pequeno, e eu acabei usando ele. Enquanto isso, outros dois ficavam parados em cima do altar."

Clara foi às redes sociais divulgar a situação, e as reações foram de espanto. "Que absurdo! Clarinha, eu já tinha notado que essa igreja já não é aquela de anos atrás, no que diz respeito à humildade, caridade e acolhimento. Agora, com suas palavras, só confirmei o que já estava sentindo. Uma pena. Mas temos igrejas muito boas e ótimos representantes. Não fica triste com isso não. Você é muito talentosa. Quem vai sair perdendo é a instituição, por agir dessa forma", comentou um internauta.

"Minha mãe e meu pai presenciaram tudo e também ficaram horrorizados com a falta de compaixão e caridade da igreja. Absurdo e lamentável", escreveu outro.

"O que esse padre fez foi crueldade. Ele vai ter que se responsabilizar por isso. Eu vou na cúria, na mitra, onde eu tiver que ir. Canto em casamentos há 25 anos e nunca vi uma coisa dessas. Há regras em eventos de não perturbar a noiva. Graças a Deus ela não percebeu e não estragou o dia dela", diz Clara.

O que diz a paróquia

Contatada pela reportagem, a paróquia de Nossa Senhora Rainha enviou uma nota. "A paróquia, pelo zelo pastoral, determina algumas regras. Uma delas é o não empréstimo de equipamentos ou instrumentos para os músicos que são contratados para as celebrações dos casamentos. Os noivos assinam um acordo, tendo ciência dessa regra, e assumem o compromisso de informar os músicos", diz o texto;

"A cantora citada tinha ciência desta regra, pois foi contratada por outros noivos e, em uma ocasião anterior, inclusive, emprestamos o microfone. Lamentamos o ocorrido e refrisamos que esta é uma regra que não se aplica somente a ela, mas também a todos", conclui a nota.

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