Justiça ouve testemunhas sobre caso de filho que matou mãe professora em BH
Matteos França, de 32 anos, foi denunciado pelo assassinato da própria mãe, Soraya Tatiana, por esganadura, em julho deste ano
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A Justiça começou na tarde desta terça-feira (18/11) a primeira audiência de instrução em relação ao processo sobre o assassinato de Soraya Tatiana Bonfim França, de 56, pelo próprio filho, Matteos França Campos, de 32, denunciado pelo Ministério Público de ter matado a mãe após discussão sobre dívidas com apostas, em julho deste ano. Nesta tarde, oito testemunhas de acusação serão ouvidas para a produção de provas orais no Fórum Lafayette Criminal e de Família, na Avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte (MG).
Matteos França é apontado como o responsável pela esganadura de Soraya, professora de História de uma escola particular da capital. Ela foi morta em 18 de julho na capital e teve o corpo encontrado dias depois, coberto por um lençol, sob um viaduto de Vespasiano (MG), na Grande BH.
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Na quarta-feira (19), a previsão é que seis testemunhas, entre defesa e acusação, sejam ouvidas. O réu também deve passar por um interrogatório pessoalmente. Hoje, ele acompanha os depoimentos de forma virtual do Presídio de Caeté, na Grande BH, onde está preso preventivamente.
Na decisão que determinou a marcação de audiência, a juíza sumariante do 1º Tribunal do Júri da capital, Ana Carolina Rauen Lopes de Souza, também negou um pedido de instauração de exame de insanidade mental feito pela defesa do réu.
Relembre o caso
Em 19 de julho, o corpo de Soraya Tatiana Bonfim França, de 56 anos, foi encontrado seminu, apenas com a parte de cima da roupa, e coberto com um lençol, embaixo de um viaduto em Vespasiano, na Grande BH.
Antes da localização do corpo, Matteos havia relatado à polícia, amigos e parentes o suposto desaparecimento da mãe, que teria ocorrido entre a sexta-feira (17/7) e o sábado (18/7). Soraya morava no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, e lecionava história no Colégio Santa Marcelina, na mesma regional de Belo Horizonte.
Segundo esses relatos, o filho teria visto a mãe pela última vez na sexta-feira, às 20h20, antes de seguir para uma viagem programada à Serra do Cipó. Ainda conforme a história contada por Matteos antes de o crime ser descoberto, ele teria ligado para a mãe na manhã seguinte, e como ela não atendeu, entrou em contato com uma tia para que tentasse falar com Soraya. Familiares foram acionados para checar o apartamento. Um chaveiro foi chamado para abrir a porta.
Constatado o “sumiço” da mãe, no mesmo dia, Matteos registrou boletim de ocorrência informando o “desaparecimento”. Ele afirmou ainda ter verificado, sem sucesso, as imagens de câmeras de segurança do prédio onde morava com a mãe, no Bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, em busca de pistas sobre a saída dela.
No domingo, a polícia recebeu uma denúncia anônima que levou à localização do corpo da professora próximo a um viaduto em Vespasiano. O corpo apresentava marcas semelhantes a queimaduras na parte interna das coxas e manchas de sangue nas partes íntimas. No local, também foram encontrados os óculos da vítima. Laudos preliminares descartaram violência sexual contra Soraya.
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De acordo com a Polícia Civil, Matteos agiu sozinho. Após o crime, ele colocou o corpo no porta-malas do carro da vítima e o abandonou nas proximidades do viaduto. Dois dias após a prisão, passou por audiência de custódia, e a juíza Juliana Beretta Kirche decretou sua prisão preventiva. Enviado inicialmente para o Ceresp Gameleira, Matteos foi transferido duas vezes: para o Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, e, após ser ameaçado de morte, em 30 de julho, para unidade de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte.