Simulado de acidente grave é realizado no metrô de Belo Horizonte
Exercício simulou colisão com 60 vítimas e mobilizou estudantes de medicina e forças da segurança pública
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Um simulado de acidente grave no metrô de Belo Horizonte foi realizado na Estação Central nesta terça-feira (25/11). O exercício foi organizado pelo Metrô BH, em parceria com o Centro Universitário Faminas, o SAMU - Consórcio Intermunicipal Aliança para Saúde, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e a Polícia Militar de Minas Gerais.
A ação teve como objetivo aperfeiçoar os protocolos de atuação em emergências de grande escala e treinar o alinhamento de todos os envolvidos, além de ensinar, de forma prática, para estudantes de cursos de medicina e enfermagem da Faminas, como proceder em uma situação de urgência.
Um dos responsáveis pelo simulado, o enfermeiro emergencista, gestor do SAMU da Regional Macro Centro BH e professor do Centro Universitário Faminas BH, Daniel Fernandes, afirmou que “é interessante que os alunos não treinem em pessoas, treinem em espaços controlados”. “E a simulação realística é isso, um espaço controlado para treinar habilidades e competências que eles vão precisar como futuros profissionais de saúde”, destacou.
O acidente simulado foi uma colisão frontal entre dois trens com 60 vítimas, das quais 34 tiveram necessidade de atendimento. Foram mobilizadas 6 ambulâncias com 40 socorristas. Os estudantes, que desempenharam o papel de socorristas, começaram a atividade no ponto zero do SAMU e se deslocaram até o local do acidente nas ambulâncias, após o acionamento do centro de comando da Estação Central. O tempo de resposta foi de 10 minutos.
Os estudantes foram divididos em equipes classificadas pelas cores vermelho, amarelo e verde, correspondentes ao protocolo de triagem: vermelho para as vítimas mais graves, amarelo para os intermediários e verde para vítimas que podem buscar atendimento por meios próprios.
“Não é sempre que acontecem acidentes com múltiplas vítimas. E quando a gente tem esse tipo de simulação, a gente consegue colocar em prática aquilo que a gente viu na teoria e entregar o melhor tratamento para o paciente e a melhor abordagem estabilizando e evitando mortes” disse Gabrielle Almeida, graduanda do oitavo período de medicina, que participou da simulação como socorrista das vítimas mais graves.
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Existem também as vítimas cinzas, aquelas com lesões que são incompatíveis com a vida. “A gente não pode destinar, por exemplo, para fazer uma reanimação cardiopulmonar, porque a gente gastaria muita energia nela, e as outras graves piorariam e morreriam também. A gente atende quem é mais grave, mas que tem chance de se recuperar. Aqueles que são graves com baixa chance de recuperação, a gente não atende, infelizmente.” explicou o professor Daniel Fernandes.
Para representar as vítimas, além de voluntários, também foram utilizados robôs simuladores, que imitam sinais vitais reais, para ferimentos mais graves. Segundo o professor Daniel Fernandes, essa escolha se deu porque “o ator parece muito mais com o ser humano, sem sombra de dúvidas, mas tem lesões que a gente não consegue simular nos atores, aí os simuladores entram pra completar essas lesões”.
Os atores também eram estudantes dos cursos da saúde, dos períodos iniciais. “Esses estudantes já estão vivendo uma experiência, porque saber o que o paciente sente também é muito importante para trabalhar, por exemplo, o humanismo e a empatia nesses profissionais futuros”, afirmou o professor Daniel Fernandes.
Além da participação da faculdade, o simulado contou com a presença de forças da segurança pública. O Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar um primeiro atendimento após a simulação da colisão. O Tenente Mário Silva Neto, que participou do exercício, destaca que “é importante que a gente participe de atividades assim e que atue de forma integrada com outras outras instituições com as quais a gente vai atuar em uma situação real. A gente também procurou entender como faz a abertura da cabine, das portas para que, em uma situação real, a gente esteja preparado para atender da melhor forma.”
Filipe Aquino, Gerente de Manutenção do Metrô BH reiterou a importância do trabalho integrado em as frentes: “A simulação é importante para ver o nosso nosso tempo de resposta diante de uma crise, entre todas as partes envolvidas. E é essencial para ver como funciona a integração dessas diversas áreas. Esse trabalho em conjunto é fundamental”.
Maior acidente da história de BH
Simulações como essa são importantes para que se saiba como proceder em acidentes graves, como o ocorrido em 2003. Vinte e dois atrás, 77 pessoas ficaram feridas em uma colisão entre dois trens. Até hoje, esse foi o maior acidente da história do metrô de Belo Horizonte.
A colisão aconteceu na estação 1º de Maio, na Regional Norte da capital. O trecho em questão havia sido inaugurado há pouco menos de um ano, em fevereiro de 2002 e funcionava de forma parcial.
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Apenas uma das linhas estava em operação já que a segunda não tinha sido concluída. Por ela, os trens de ambos os sentidos passavam alternadamente, sem sinalização eletrônica. Até hoje, não se sabe ao certo o que fez com que os dois trens colidissem.
*Estudante sob supervisão do subeditor Humberto Santos