A formatura do primário da pequena britânica Jessica Robinson, de 11 anos, se tornou um dia traumático. Ela deixou a festa chorando  depois que um valentão pisou repetidamente em seu vestido azul avaliado em £450 (R$ 3.200), enquanto outras crianças filmavam e riam. 

A peça foi rasgada em pedaços, e a menina ficou tão abalada que não saiu do quarto e se recusou a ir à escola nos dois últimos dias do ano letivo. Depois desse episódio de bullying, a comunidade de Lancashire, onde Jessica mora com a mãe, decidiu se unir para realizar uma verdadeira um novo baile de formatura para a garota. 

Segundo a mãe, Micha Robinson, a filha sofre bullying há três anos. “Nós a deixamos no baile, ela entrou e estava tudo bem, mas quando fui buscá-la, ela veio chorando, com todo o vestido destruído”, relatou o Daily Mail. 

O caso foi divulgado no Facebook, e a repercussão mobilizou a comunidade para organizar um novo evento, batizado de “Vestidos de Baile e Bravura” (Ballgowns & Bravery), que acontece neste sábado (23/8). Empresas locais se ofereceram para transformar a noite da menina em um momento inesquecível.

Noite de conto de fadas

A iniciativa é liderada por Libbie Cannon, proprietária do bar Notorious, que cedeu o espaço para a festa. “Ela foi ao baile, mas a noite terminou em decepção quando foi atacada, deixando seu vestido rasgado. Desde então, nossa comunidade se uniu para dar a ela o baile que realmente merece”, disse a mulher no post do Facebook.

O evento contará com entrada em tapete vermelho, decoração especial, DJ, balões, segurança e até a presença de motociclistas, que escoltarão Jessica até o local. Um carro especial também foi cedido para levá-la ao baile.

“A resposta da comunidade foi fantástica. Queremos substituir aquela lembrança dolorosa por algo mágico, para restaurar a fé dela nas pessoas”, acrescentou Libbie. Outras 50 crianças foram convidadas para participar da festa.

A mãe da menina disse que ela está animada com a nova chance de viver uma experiência positiva. O vestido azul original foi restaurado e será usado novamente no evento. “Estou nas nuvens. Não poderia agradecer à comunidade o suficiente”, disse Micha.

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O episódio de bullying foi denunciado à polícia, e Jessica está em terapia desde então. 

O que fazer em caso de bullying?

  • Converse com a criança (ou adolescente) -  crie um ambiente acolhedor com diálogos frequentes e informais. Escute com empatia, sem julgar, e incentive-a a compartilhar seus sentimentos e o que viveu
  • Documente tudo e formalize junto à escola -  registre datas, horários, testemunhas, locais, mensagens e-mails ou conversas. Formalize as reclamações por escrito, garantindo protocolo ou confirmação de recebimento como prova
  • Marque uma reunião com a escola -  peça uma conversa com coordenação, direção ou professores, apresentando os fatos com clareza e solicitando um plano de ação. A escola deve agir de forma preventiva e restaurativa
  • Acompanhe de perto e colabore no processo -  mantenha diálogo constante com a escola, solicitando feedback sobre as ações tomadas e oferecendo cooperação. Entenda o regimento interno da instituição e acompanhe o progresso
  • Busque apoio profissional quando necessário -  se observar sinais como isolamento, insônia, queda no rendimento ou baixa autoestima, procure ajuda de psicólogo, psicopedagogo ou outro especialista em saúde mental
  • Acione as autoridades em caso de omissão ou gravidade -  se a escola não agir, registre boletim de ocorrência, procure o Conselho Tutelar ou a Secretaria de Educação. Em casos extremos, envolva o Ministério Público
  • Prevenção pelo diálogo e empatia -  eduque seu filho sobre empatia, respeito, diálogo e resolução pacífica de conflitos. Um ambiente familiar acolhedor fortalece a proteção
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