Bullying � uma pr�tica sistem�tica e repetitiva de atos de viol�ncia f�sica e psicol�gica, tais como intimida��o, humilha��o, xingamentos e agress�o f�sica, de uma pessoa ou grupo contra um indiv�duo
Hoang Tien Viet/Pixabay
No dia 07 de abril foi celebrado o Dia Nacional de Combate ao Bullying e � Viol�ncia na Escola. A data busca chamar a aten��o para a problem�tica reportada em in�meras institui��es de ensino do pa�s. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Sa�de Escolar (PeNSE), um percentual superior a 40% dos estudantes adolescentes admitiram ao Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), j� ter sofrido com a pr�tica de “bullying”,de provoca��o e de intimida��o.
Em 2009, a parcela para essa resposta, na mesma pesquisa, era de 30,9%. Em 2019, foram 40,3%. Entre os estudantes do sexo masculino nessa faixa de ensino, que engloba adolescentes entre 13 e 17 anos, a parcela que admitiu sofrer “bullying” subiu de 32 para 35,4% entre 2009 e 2019. J� entre as mulheres a fatia cresceu 28,8%.
Atualmente, o Brasil � um dos pa�ses com maiores �ndices de viol�ncia escolar, sobretudo pelo bullying, que consiste em um conjunto de viol�ncias que se repetem ao longo de um per�odo.
Apelidos
Geralmente s�o agress�es verbais, f�sicas e psicol�gicas que humilham, intimidam e traumatizam as v�timas. � o caso do Alex Araujo, empres�rio e CEO da 4Life Prime Sa�de Ocupacional, empresa no ramo de sa�de e seguran�a do trabalho.
Araujo conta que quando estava no ensino m�dico, com os seus 15 anos, sofria bullying constantemente, sendo at� mesmo apelidado de “orelha de morcego” pelos seus colegas de classe por conta da sua orelha pontuda. A situa��o o desmotivou e prejudicou seu rendimento escolar, como explica: "Na �poca, me encontrava em uma situa��o desgastante, emocionalmente falando. N�o queria ir para escola, apenas ficar isolado no meu quarto, em casa. O mais dif�cil era lidar com as piadas e insinua��es feitas sobre a condi��o de vida da minha fam�lia. Est�vamos morando em um s�tio no interior e viv�amos sujos de poeira por conta da estrada de terra. Foi uma �poca complicada, guardei muita m�goa durante um tempo, o que poderia ter me transformado em outra pessoa”.
Segundo informa��es do Instituto, a maior fatia de alunos que admitiram ter sofrido com a pr�tica concentram-se no ensino privado. Na escola p�blica, a parcela dos que reconheceram ter passado por “bullying” cresceu de 28,9% para 39,9%. J� entre alunos da rede privada subiu de 35,5% para 41,5%, no mesmo per�odo.
Na Escola Estadual Thomazia Montoro, em S�o Paulo, um aluno de 13 anos invadiu a institui��o e assassinou uma professora dentro da sala de aula com uma faca. Outras quatro pessoas ficaram feridas, sendo tr�s educadoras e um aluno. Segundo os estudantes, que preferiram n�o se identificar, o adolescente entrou na escola este ano e estava sempre envolvido em brigas. Ele reclamava de sofrer bullying dos colegas.
Escolas registram ataques
De acordo com o estudo do Instituto de Estudos Avan�ados da Unicamp, nos �ltimos 21 anos, pelo menos 23 escolas do Brasil registraram ataques de alunos e ex-alunos. Foram 12 epis�dios em escolas estaduais, seis em unidades municipais, um em escola c�vico-militar municipal, e quatro em estabelecimentos particulares. As mortes chegam a 36: 24 estudantes, cinco professoras, outros dois profissionais de educa��o e cinco alunos e ex-alunos respons�veis pelos ataques.
“Para que a situa��o seja corrigida, � necess�rio que as escolas utilizem de medidas protetivas e a��es estrat�gicas para alunos v�timas de bullying, como a disponibiliza��o de psic�logos e pedagogos respons�veis pela fiscaliza��o de conduta inadequada em ambiente escolar. Corrigir e penalizar o agressor � o primeiro passo para que a situa��o n�o se torne cotidiana e que o mesmo reflita suas a��es e mude sua postura em sala de aula. A segunda � demonstrar apoio e empatia para estudantes que sofreram com a pr�tica. Debater sobre o bullying na inf�ncia contribui para a constru��o do car�ter e evita casos de agress�es na vida adulta”, refor�a Araujo.
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