Rio de Janeiro investiga primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol
Paciente de Niterói relatou ter consumido bebida alcoólica na Lapa; estado cria sala de monitoramento e intensifica fiscalização em bares e distribuidoras
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A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro investiga o primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol no estado. A paciente, moradora de Niterói, relatou ter consumido bebida alcoólica na Lapa, região boêmia da capital fluminense. O caso foi notificado nesse sábado (4/10) por uma unidade hospitalar privada e está sob análise. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, a mulher não está internada e apresenta bom estado geral.
O exame que poderá confirmar ou descartar a contaminação está sendo realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), em parceria com a Unicamp e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz. O alerta ocorre em meio ao aumento de notificações em todo o país, especialmente em São Paulo, que concentra mais de 160 casos entre confirmados e em investigação, além de dois óbitos registrados na capital paulista.
Diante da situação, o Ministério da Saúde reforçou às secretarias estaduais a necessidade de notificação imediata e investigação laboratorial de casos suspeitos. No Rio, o governo criou, na sexta-feira (3/10), uma Sala de Situação para monitorar possíveis ocorrências e oferecer apoio técnico aos municípios. O Instituto Estadual São Sebastião, na Gamboa, foi definido como unidade de referência para atendimento de pacientes com suspeita de intoxicação.
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A Secretaria estadual de Saúde também emitiu uma nota técnica com orientações sobre diagnóstico e manejo clínico, alertando profissionais das UPAs e dos hospitais da rede para sintomas característicos, como dor de cabeça intensa, visão turva, náusea, falta de ar e confusão mental — especialmente após o consumo de bebidas alcoólicas. O documento faz parte de uma estratégia de prevenção e resposta rápida a novos casos.
Em paralelo à investigação, o governo do estado intensificou neste fim de semana uma operação conjunta para combater a fabricação e o comércio de bebidas adulteradas. Coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial, a ação cumpriu 21 mandados de busca e apreensão na capital e na Baixada Fluminense. Mais de 30 estabelecimentos, entre bares, distribuidoras e casas noturnas, foram vistoriados. Uma pessoa foi presa por vender bebidas fora da validade e outras oito foram conduzidas à delegacia.
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O governo também lançou uma cartilha educativa para ajudar consumidores a identificar bebidas adulteradas. Produzido em parceria com o Procon-RJ e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), o material será distribuído em terminais de transporte e locais de grande circulação. A cartilha alerta para sinais de falsificação, como preços muito abaixo do mercado, erros de grafia no rótulo, ausência de selo fiscal e lacres violados. O estado e a Abrabe também firmaram um protocolo de intenções que institui a Agenda Antipirataria de Bebidas do Rio de Janeiro, com ações de capacitação de fiscais e incentivo a denúncias de comércio irregular.