Cleitinho sobre candidatura ao governo de Minas: 'Estou à disposição'
Em entrevista à colunista Bertha Maakaroun, senador reforça que decisão dependerá da vontade popular e volta a pregar união da direita para barrar volta do PT
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Siga noO senador Cleitinho (Republicanos-MG) deixou claro que não descarta disputar o governo de Minas em 2026. O parlamentar, eleito em 2022 com mais de 4,5 milhões de votos, disse, em entrevista à colunista do Estado de Minas Bertha Maakaroun, que seguirá sua “intuição de fé” e a orientação do eleitor mineiro, caso o nome dele siga liderando as intenções de voto.
"Se for da vontade do povo e da vontade de Deus, meu nome tem de estar à disposição, pois tenho de ser grato à população mineira. Fui eleito senador. A população votou em mim para mandato de oito anos. Mas a partir do momento em que, faltando um ano para a eleição, eu tenho 40% das intenções de voto, é sinal de que quase a metade da população mineira me quer como governador. Eu não vou negar isso para o povo", pontuou.
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Segundo o senador, a decisão não passará por cálculos partidários. Ele garante que não abrirá mão de disputar o governo nem mesmo se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu aliado, pedir que recue. "Eu sigo a minha intuição da minha fé e a orientação do povo. Eu não vou nunca seguir orientação de partido, vou seguir sempre a população que me colocou aqui", completou.
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Na composição de uma eventual chapa majoritária, Cleitinho fez questão de deixar clara sua preferência por uma aliança com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho (MDB).
"Eu disse isso para ele uma vez. Um cara extremamente competente, um amigo. Inclusive, se ganhássemos, eu iria dizer para ele que como vice-governador, seria também secretário ao meu lado, para a gente caminhar junto. Tenho zero vaidade, quanto mais gente competente e melhor do que eu ao seu lado, fico melhor ainda".
Sobre o cenário que vem sendo projetado dentro do campo da direita para as eleições do ano que vem, Cleitinho evitou polêmica ao comentar a pré-candidatura já anunciada do vice-governador Mateus Simões (Novo). Para o senador, é natural que Simões se lance como opção para tentar manter o grupo político que hoje ocupa o Palácio Tiradentes.
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"Acho natural, ele está defendendo o lado dele. Tenho respeito pelo Mateus Simões. Agora, ele está fazendo a parte dele, é direito dele dizer que é candidato, porque isso é democracia. Agora, se eu continuar pontuando como estou, também é democracia eu querer ser candidato. Não vai ter briga, não vai ter atrito, não. É direito dele buscar o campo da direita, mas quem vai escolher de verdade é o povo", ponderou.
Questionado sobre uma eventual candidatura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) ao Palácio Tiradentes, Cleitinho afirma que não teria dificuldade em abrir mão da disputa, caso o colega lidere as pesquisas no próximo ano.
Nos bastidores, porém, a avaliação é de que Nikolas deve buscar a reeleição para a Câmara dos Deputados. Eleito com 1,4 milhão de votos em 2022, o mais votado do país naquele ano, o parlamentar mineiro é tratado pelo PL como principal puxador de votos para ampliar a bancada na eleição.
"No caso, acho que se for o contrário, se eu estiver pontuando mais, acho que ele poderia fazer isso por mim. Mas, publicamente, ele nunca falou isso. Vou dar exemplo. Estamos eu, Mateus e o Nikolas. Se estamos preocupados com o povo, em não deixar uma esquerda voltar como Fernando Pimentel (PT), temos de ter humildade de ver a realidade", disse.
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Ele reconhece, porém, que a união da direita, apesar de desejada, nem sempre é fácil de viabilizar. "Se o Nikolas estiver na frente, a direita tem de estar unida, o que eu e Mateus temos de fazer é apoiar ele. Se eu estou na frente, acredito que os dois teriam de me apoiar. E a mesma coisa com o Mateus também. Só que na teoria é lindo, mas na hora que chega na prática não funciona", concluiu.