Em Belo Horizonte, a disputa antecipada pelo Palácio do Planalto tem Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança de uma corrida acirrada contra o governador mineiro Romeu Zema (Novo). Ambos aparecem na dianteira das intenções de voto, mas empatados dentro da margem de erro, segundo pesquisa realizada pela Opus Consultoria & Pesquisa, encomendada pelo Estado de Minas.

O levantamento ouviu 500 pessoas nas nove regionais da capital mineira entre os dias 1º e 3 de julho e elaborou dois cenários distintos para a corrida presidencial. No primeiro, Lula lidera com 22% das intenções de voto, seguido por Zema, com 19%.

Em seguida aparecem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 11%; o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), com 4% cada; e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com 1%.

Na primeira seleção de presidenciáveis, 8% dos entrevistados declararam que votariam branco ou nulo, e 31% não responderam. A margem de erro da pesquisa é de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

No segundo cenário apresentado pela Opus, a liderança continua dividida entre o atual presidente da República e o governador de Minas Gerais. Desta vez, Lula tem 23% das intenções de voto e Zema mantém 19%. A principal diferença entre os dois cenários é a substituição de Tarcísio de Freitas pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Abaixo de Lula e Zema aparecem Eduardo Bolsonaro, com 9%; Eduardo Leite, com 5%; Ratinho Jr., com 3%; e Ronaldo Caiado, com 1%. No segundo cenário, 8% dos entrevistados afirmaram que votariam branco ou nulo, e 32% não responderam.

 

Candidato forte

Conforme publicado ontem pelo EM, a mesma pesquisa revelou que a gestão de Lula é amplamente reprovada na capital mineira. Metade dos belo-horizontinos considera o trabalho do presidente ruim ou péssimo, enquanto apenas 24% o avaliam como ótimo ou bom.

A reprovação, porém, não se reflete na intenção de voto. Para o diretor da Opus, Matheus Dias, o fato de Lula ser o nome mais consolidado na disputa, aliado à rejeição das outras opções apresentadas ao Planalto, mantém o petista como candidato forte.

“Por mais que a gestão de Lula seja mal avaliada por grande parte dos eleitores de BH, ele ainda é o incumbente. É o único nome que todos sabem que é candidato e que tem chance de se reeleger. O que observamos é que, dado o cenário de polarização que o Brasil enfrenta, mesmo com a avaliação negativa, muitos eleitores continuam votando nele porque, em comparação às outras alternativas, ele ainda faz sentido para esse eleitor”, analisa o pesquisador.

A percepção de Dias é confirmada pela pesquisa espontânea de intenção de voto, quando os entrevistados indicam em quem votarão para presidente no ano que vem sem receber opções pré-definidas no questionário. Nesse cenário, Lula lidera com 14%, seguido por Tarcísio de Freitas, com 2%, enquanto 83% não souberam ou preferiram não responder.

Sinal de alerta

Dados publicados ontem pelo EM mostram que, embora Zema tenha 47% de avaliações negativas, sua aprovação é de 46% entre os entrevistados — percentual significativamente maior que o de Lula. No entanto, esses números não colocam o governador à frente do presidente nas intenções de voto para o Planalto.

Segundo Matheus Dias, os 19% de intenção de voto destinados ao mineiro na capital são baixos para uma disputa em que ele é o único representante do estado.

“Na minha avaliação, por ser o único nome de Minas Gerais e o governador do estado, aparecer só com 19% de intenção de voto para presidente é um desempenho ruim dada a relevância e o índice de conhecimento que ele tem aqui. Isso aí acaba acendendo um sinal de alerta”, afirma.

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Lula e Zema lideram intenções de voto em BH na corrida pela Presidência da República em 2026

Pesquisa Opus/Estado de Minas

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