O Ministério da Justiça da Itália informou nesta terça-feira (29/7) que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa no apartamento em que ocupava em Roma. Ela estava na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) por solicitação do Ministério da Justiça brasileiro, que pediu extradição da parlamentar.
"Carla Zambelli está em um apartamento, em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia esta identificando Zambelli", informou o deputado Angelo Bonelli.
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A parlamentar foi condenada pela Justiça brasileira a dez anos de prisão e à perda do mandato. Após a decisão, ela fugiu do Brasil, passando pelos Estados Unidos, antes de chegar à Europa. Ela alegou que na Itália não poderia ser deportada por ter cidadania italiana.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva da deputada após ela informar que saiu do país e pediu a inclusão do nome dela na lista de difusão vermelha da Interpol.
A deportação da deputada ainda não tem previsão para acontecer e deve aguardar os trâmites da justiça do país europeu.
Zambelli chegou a pedir licença do cargo alegando tratamento de saúde e criticou o ministro por "ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia".
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a pedir para autoridades italianas receberem a deputada como se fosse uma "perseguida política".
Ela foi condenada por ter sido a "mentora intelectual" da invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ocorrido em janeiro de 2023. A atuação foi realizada pelo hacker Walter Delgatti Neto, que inseriu dados falsos, como um mandado de prisão contra Moraes, expedido por ele mesmo.
O documento falso trazia o seguinte texto: "expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", encerrando com uma expressão comumente usada por bolsonaristas críticos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A parlamentar ainda responde à outra ação na Suprema Corte por porte ilegal de arma e constrangimento, ao ter perseguido um homem apontado uma pistola para ele às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. A maioria dos ministros já votou pela condenação, mas o pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques interrompeu o julgamento.