A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), afirmou que não vê possibilidade de apoiar outro nome que não o do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2026. Em entrevista à Globonews, concedida nessa terça-feira (29/7), a emedebista endureceu o tom contra a extrema-direita e a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao mesmo tempo em que reforçou seu alinhamento com o atual governo.
“O que eu vejo é cada vez mais a extrema-direita se isolando, a família Bolsonaro se isolando, e aqueles que, de alguma forma, flertarem com ela, com a família, ou tentarem defendê-la, vão pagar um preço já nas próximas pesquisas, de rejeição”, afirmou Tebet.
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Terceira colocada nas eleições de 2022, com quase 5 milhões de votos, Tebet apoiou Lula no segundo turno e foi posteriormente nomeada para a equipe ministerial. Ao comentar o cenário para 2026, ela foi direta ao reafirmar sua posição. “Independentemente de onde vai o meu partido, eu não tenho condições de estar em outro palanque que não o do presidente Lula. Isso eu falo com muita tranquilidade, com muita transparência e falo em público, porque já disse isso, inclusive, para o presidente do meu partido”.
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A ministra disse que não precisou negociar cargos para declarar apoio ao petista e que sua permanência no governo é pautada por princípios e compromissos democráticos. “Quando fui candidata, a defesa da democracia e de valores para mim eram inegociáveis”, declarou. “Sou ministra do governo Lula, estou no Ministério do Planejamento, e não é qualquer ministério. Ele (Lula) me deu a chave do cofre na mão”, completou.
Tebet também avaliou que o campo político ligado a Bolsonaro encontrará dificuldades em futuras disputas majoritárias. Para ela, candidatos com vínculos com o ex-presidente tendem a enfrentar maior rejeição da população. “Está muito claro para a sociedade brasileira que (o lema) a família não era a família brasileira, né? Era a família Bolsonaro”, criticou.
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Ao falar sobre o MDB, partido ao qual é filiada, Tebet indicou que a legenda ainda pode caminhar ao lado de Lula em 2026, embora evite cravar uma posição oficial. “Não vejo o MDB de portas fechadas para apoiar Lula”, disse.