Novo adota estética verde e amarelo para lançar pré-candidatura de Zema
Cores da bandeira marcam a nova identidade da pré-campanha de Zema e sinalizam aproximação com o campo conservador na disputa presidencial
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Siga noSão Paulo - O partido Novo lança neste sábado (16/8) a pré-candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, à Presidência da República. O evento acontece durante o 9º Encontro Nacional da legenda, na sede da Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, e marca a entrada oficial do mineiro na corrida pelo Palácio do Planalto.
O ato político também traz uma mudança simbólica: a substituição do tradicional laranja, cor que identifica o Novo desde sua criação, pelo verde e amarelo, tonalidades associadas à bandeira nacional, mas também marcadas, nos últimos anos, como símbolos do bolsonarismo. A escolha sinaliza uma estratégia clara de aproximação com o eleitorado de direita órfão da liderança direta de Jair Bolsonaro, hoje inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Questionado sobre a mudança na identidade visual, o secretário de Comunicação de Minas, Bernardo Santos, afirmou que não se trata de ruptura com as cores tradicionais da sigla, mas de um reposicionamento estratégico.
“Verde e amarelo são as cores da nossa bandeira. Não podemos ter vergonha dessas cores. Certamente não vamos trocar essas cores pelo vermelho”, disse, em referência ao tom associado ao comunismo e ao Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O secretário minimizou a alteração do tom laranja, que seguirá como marca do partido. “A cor laranja é a cor do Novo. Para mim, nem chamo de campanha. Isso já era absolutamente natural do partido ter essas cores, e não muda nada”, pontuou.
Estratégia nacional
A escolha de São Paulo como palco do lançamento não é por acaso. Segundo o secretário, a prioridade é consolidar a imagem de Zema no maior colégio eleitoral do país, onde o governador mineiro ainda não é amplamente conhecido. “Tem que fazer o trabalho tecnicamente, pensando onde vai ser mais relevante a participação dele. Em Minas, ele está toda semana, rodando o interior, fazendo o trabalho dele. Mas a gente está pleiteando governar o Brasil”, explicou.
O secretário também comentou o novo slogan, adotado antes da pré-campanha, que, segundo o secretário, busca valorizar a ideia de resultados já entregues. “Precisava dar um tom de como a vida das pessoas está melhorando. Agora é hora das pessoas saberem o tanto que ele fez por Minas. Estamos mudando essa marca para chamar atenção”, completou. A marca “Governo diferente, estado eficiente”, usada desde 2019, deu lugar a “Aqui o trem prospera”.
Disputa pela direita
Na reta final do segundo mandato, Zema aposta na projeção nacional para disputar espaço em um campo político fragmentado. Sem possibilidade de reeleição em Minas, o mineiro de Araxá tem três alternativas: buscar a Presidência, disputar uma vaga no Legislativo ou retornar à vida privada, de onde saiu em 2018 para ser eleito governador com 6,9 milhões de votos no segundo turno.
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Ao optar pela corrida presidencial, Zema se coloca como antagonista ao petismo e disputa protagonismo com outros governadores de oposição a Lula (PT). Entre eles, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, visto como o favorito para herdar a base bolsonarista, mas que tem a reeleição como opção viável; Eduardo Leite (PSD), do Rio Grande do Sul; Ratinho Jr. (PSD), do Paraná; e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.