O deputado estadual Bruno Engler (PL) saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que teve prisão domiciliar decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira (4/8). Ele afirmou que a decisão difere daquelas que levaram outros líderes do Executivo à cadeia.
"A diferença é o motivo. Lula foi preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Temer, por suspeita de liderar organização criminosa que teria movimentado R$ 1,8 bilhão em propina. Collor, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Bolsonaro, porque atendeu a uma chamada de vídeo na manifestação", afirmou o bolsonarista.
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Engler também questionou a atuação do ministro da Suprema Corte, alegando haver, segundo ele, uma nítida perseguição a Bolsonaro, e afirmou que ele (Moraes) "rasga a Constituição", fala seguida de uma ação na qual o parlamentar rasgou uma folha de papel.
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A deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) rebateu a fala de que a ligação entre Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) teria sido o motivo para sua prisão. Moraes determinou a prisão domiciliar alegando que o ex-presidente descumpriu reiteradamente as medidas cautelares.
"Bolsonaro não foi preso por uma chamada de vídeo, foi preso porque não respeita a democracia e as instituições brasileiras. Atenta contra as instituições o tempo inteiro, crime pelo qual está sendo julgado e que, em breve, será condenado de forma definitiva", afirmou a psolista.
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Já o deputado estadual Cristiano Silveira (PT) relembrou que o próprio Bolsonaro é um ardoroso defensor da ditadura militar de 1964. "Parlamentares que repetem tanto 'democracia', dizem que nós estamos vivendo uma ditadura, mas quem são os saudosistas da ditadura neste país são os bolsonaristas: Bolsonaro, seus filhos e seus seguidores", argumentou Silveira.
Ex-presidentes
Após passar 580 dias preso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve suas condenações anuladas, pois as denúncias do Ministério Público Federal (MPF) relativas ao triplex, ao sítio de Atibaia e às doações do Instituto Lula não têm correlação com os desvios de recursos da Petrobras. Já o ex-juiz Sérgio Moro foi considerado suspeito por sete votos a quatro no plenário do STF, o que anulou as condenações do petista, que ainda poderia responder às acusações em novos processos.
O ex-presidente Michel Temer (MDB) foi investigado por fraude para favorecer empresa de amigos na construção da usina nuclear de Angra 3 e acabou preso por, segundo o MPF, tentar interferir nas investigações. Em 2022, a Justiça rejeitou a acusação alegando falta de provas.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso em abril de 2025, após ser condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa alegou que ele sofria de diversos problemas de saúde para pedir prisão domiciliar, o que foi concedido por Moraes. Ele está preso em seu apartamento em uma área de alto luxo em Maceió.