A deputada estadual Lohanna França (PV), líder da bancada feminina na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), criticou o governador Romeu Zema (Novo) por culpar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela aplicação de tarifas de 50% feitas pelos Estados Unidos, nesta quinta-feira (7/8).

Após reunião com governadores de oposição ao Palácio do Planalto, Zema voltou a dizer que as tarifas impostas por Donald Trump são culpa dos ataques do presidente Lula aos Estados Unidos. O chefe do Executivo mineiro afirmou que o caminho seguido pelo governo federal “é o mesmo adotado por Hugo Chávez na Venezuela”.

A deputada Lohanna, que faz parte do bloco de oposição na ALMG, ironizou o posicionamento do governador e lembrou que ele chegou a parabenizar Trump pela vitória sobre a democrata Kamala Harris no ano passado.

“Causa estranheza ainda ver um governador que não tem conseguido resolver os problemas do seu próprio estado cobrando com tanta veemência milagres da União. Repito, Zema não resolve sequer os problemas de Minas", disse.

A parlamentar também destacou o papel da oposição na construção do Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag), projeto que pode renegociar a dívida de quase R$ 170 bilhões do estado com a União. A medida é de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cotado para disputar o governo de Minas em 2026 com o apoio de Lula, em articulação com a Assembleia.

“Causa estranheza assistir Zema, que apoia Trump e a família Bolsonaro - o algoz e os responsáveis por rifar o país, respectivamente - criticando Lula, já que Zema não teve capacidade política para negociar a dívida que cresce dia após dia sob sua gestão, nem mesmo quando o presidente era Bolsonaro, seu aliado político. Precisou de adversários políticos de Zema pegarem as rédeas e criarem uma solução para a dívida”, afirmou a deputada.

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As tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros exportados entraram em vigor nessa quarta-feira (6/8). A medida foi anunciada por Trump em julho, após articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com autoridades norte-americanas para sancionar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), pressionando contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por uma suposta tentativa de golpe de Estado.

Segundo estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a medida deve representar uma perda de R$ 4,7 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais no curto prazo (2 anos). O tarifaço ainda pode provocar a redução de mais de 30 mil empregos e uma queda de até R$ 510 milhões na renda das famílias mineiras, devido à ociosidade do capital e da mão de obra dos setores exportadores.

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