PL cobra explicações sobre decreto que concede estrutura oficial à Janja
Deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança pede informações à Casa Civil sobre uso de recursos públicos e possível ampliação de funções do Gabinete Pessoal da Presidência
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CORREIO BRAZILIENSE
O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) protocolou nesta terça-feira (14/10) um requerimento de informações à Casa Civil solicitando esclarecimentos sobre o Decreto nº 12.604/2025, que ampliou as atribuições do Gabinete Pessoal da Presidência da República para incluir o apoio institucional à primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja.
De acordo com o parlamentar, a medida levanta questionamentos sobre a legalidade e os limites constitucionais da função. “Estamos diante de um decreto que concede estrutura administrativa, servidores e recursos públicos a uma pessoa que não tem vínculo funcional com o Estado. Isso precisa ser explicado com transparência”, afirmou Luiz Philippe.
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O deputado argumenta que o cargo de primeira-dama não possui respaldo jurídico na estrutura da Administração Pública Federal e, portanto, não poderia gerar despesas ou nomeações de servidores. “O cargo de primeira-dama é uma figura simbólica, não administrativa. Quando o governo cria estrutura e despesa pública para funções não previstas em lei, abre-se um perigoso precedente de uso político e pessoal da máquina pública”, destacou.
No documento, o parlamentar solicita que o ministro Rui Costa encaminhe todos os pareceres técnicos, jurídicos e administrativos que embasaram a edição do decreto, além de eventuais manifestações da Advocacia-Geral da União (AGU) sobre o tema. Ele também pede informações detalhadas sobre o impacto orçamentário, incluindo gastos com pessoal, viagens e apoio logístico vinculados ao gabinete ampliado.
Luiz Philippe questiona ainda quantos servidores estão atualmente designados para atender à primeira-dama, quais as funções desempenhadas por eles e como se dá o vínculo funcional desses profissionais com a administração pública. Segundo ele, a medida “formaliza indevidamente a atuação da primeira-dama dentro do Planalto”, permitindo o uso de estrutura pública em atividades e viagens oficiais.
O requerimento aguarda resposta formal da Casa Civil dentro do prazo regimental. Caso as explicações não sejam consideradas satisfatórias, o deputado pretende propor convocação de autoridades para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara.
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A reportagem entrou em contato com a Casa Civil, mas até a publicação da matéria não recebeu retorno. O espaço permanece aberto.