Preso, Bolsonaro mantém rotina com alimentação levada por aliados
Ex-presidente recusa cardápio institucional e recebe apenas refeições preparadas pela família; visitas e entrega de itens pessoais seguem protocolo
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Jair Bolsonaro (PL) tem recusado as refeições servidas pela Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, desde que foi preso preventivamente no sábado (22/11). O ex-presidente vem recebendo apenas comida preparada por familiares e aliados, além de itens de uso pessoal enviados ao longo do dia. As informações são do jornal O Globo.
Na manhã de domingo (23), Bolsonaro tomou um café simples, com pão com ovo e café com leite. Ainda no início do dia, um auxiliar da família entregou escova de dente, desodorante e outros produtos de higiene, todos inspecionados pela PF antes de chegarem ao ex-presidente, procedimento padrão para qualquer preso.
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A entrada de refeições externas é permitida, desde que siga regras de segurança. Mesmo assim, Bolsonaro dispensou o jantar na noite de sábado, relatando falta de apetite, segundo interlocutores. O cardápio institucional oferecido aos custodiados é o habitual: arroz, feijão, salada e uma proteína, servido igualmente no almoço e no jantar.
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Aliados afirmam que o ex-presidente tem se mantido calmo, conversando com naturalidade e sem registrar intercorrências desde o início da detenção. Ao longo do domingo, recebeu advogados e a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, logo após a audiência de custódia que confirmou a manutenção da prisão preventiva.
Bolsonaro aguarda agora o julgamento dos embargos de declaração no processo em que foi condenado a 27 anos de prisão em regime fechado pela participação na trama golpista. A expectativa é de que o caso avance nos próximos dias.
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Prisão mantida
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, na manhã desta segunda-feira (24/11), para manter a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Até o momento, votaram favoravelmente o relator Alexandre de Moraes, o presidente do colegiado Flávio Dino, e o ministro Carlos Zanin, consolidando três votos favoráveis entre os quatro integrantes do grupo. Ainda falta o voto da ministra Cármen Lúcia.
A decisão analisada no plenário diz respeito à ordem de prisão decretada por Moraes após a Polícia Federal apontar que a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro foi danificada por uma fonte de calor, provavelmente um aparelho de solda ou equipamento semelhante, às 0h08 da madrugada de sábado. A ação configura violação das medidas cautelares impostas no inquérito que apura a trama golpista.
Entenda a prisão
- O ex-presidente está detido desde sábado (22) na Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal.
- A prisão foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes após notificação do Centro de Integração de Monitoração Eletrônica, que registrou violação da tornozeleira às 0h08 de sábado.
- Moraes fundamentou a decisão alegando que o episódio configurou uma tentativa de fuga, supostamente "facilitada pela confusão" gerada por uma vigília de apoiadores convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio.
- Em audiência de custódia realizada por videoconferência no domingo (23), Bolsonaro admitiu ter usado um ferro de solda para tentar abrir o "case" do equipamento, acreditando haver uma escuta instalada no dispositivo.
- A defesa negou intenção de fuga e alegou que o ex-presidente sofreu um surto paranoico provocado pela interação medicamentosa de pregabalina e sertralina. Segundo o relato, Bolsonaro teria "caído na razão" minutos após iniciar a violação.