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Racha no PL mineiro se acentua com defesa de Daniel Silveira por Caporezzo

Disputa expõe embate entre a ala ideológica do partido e o grupo liderado por Domingos Sávio, em meio às articulações para 2026

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A disputa interna do PL em Minas Gerais ganhou novo capítulo depois que o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL-MG) publicou um texto defendendo o ex-deputado federal Daniel Silveira, além de criticar o Congresso Nacional pela decisão, em 2021, que manteve a prisão do então parlamentar. A manifestação contrasta diretamente com o voto de Domingos Sávio (PL-MG), atual presidente do PL em Minas e pré-candidato ao Senado, que votou favoravelmente à prisão.

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Caporezzo escreveu que a votação da Câmara, em 19 de fevereiro de 2021, “marcou um ponto de inflexão no avanço do ativismo judicial no Brasil”. Para ele, naquele momento, “o pêndulo que separa o equilíbrio entre os poderes consolidou a sua perigosa oscilação como regra, e não mais ‘exceções estranhas’”.

O ex-deputado afirma ainda que o mais simbólico foi ver “diversos parlamentares preferirem o voto de conveniência travestido de ‘harmonia institucional’, ao invés da necessária combatividade diante de um Supremo que, descaradamente, ultrapassava seus limites”. Caporezzo avalia que quem votou pela manutenção da prisão, “ajudou, ainda que indiretamente, a consolidar um precedente que abriu espaço para intervenções cada vez mais extensas não apenas sobre o Legislativo, mas contra os direitos basilares de todos os brasileiros”.

A Câmara decidiu manter a prisão de Silveira, com 364 votos favoráveis, 130 contrários e 3 abstenções. O parlamentar do PSL havia sido preso após divulgar um vídeo com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal e em defesa do AI-5. A ordem foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, posteriormente referendada pelo plenário do STF, e mantida em audiência de custódia.

Caporezzo também argumenta que Silveira “não é apenas mais um parlamentar na história nacional; é porta-voz de pautas legítimas da direita conservadora que ganharam forma com o Presidente Jair Bolsonaro”. Ele destaca projetos do ex-deputado, como o PL 3019 de 2020, e cita artigo próprio no qual afirmou que “há pilares de conduta que identificam um Estado Fascista” e que “na prática, o modelo político dominante no planeta é justamente o fascismo”. Ele acrescenta que, naquele mesmo texto, defendeu de forma “irrestrita” os projetos de Silveira.

O deputado retoma críticas a governos anteriores, afirmando que “podemos citar como dois grandes exemplos de governantes fascistas brasileiros, Getúlio Vargas e Lula”, e menciona o desarmamento civil como ação comum a ambos. Ele diz que “é evidente que um cidadão desarmado é completamente incapaz de resistir ao poder opressivo do Estado”.

O mineiro cita ainda o PL 5233 de 2019, que instituía o Dia Nacional das Vítimas do Comunismo, e o PL 729 de 2019, sobre cessão compulsória de órgãos em ações criminosas, classificando-os como “projetos alinhados à visão de Deus, Pátria, Família e Liberdade”.

Ao criticar o Congresso, Caporezzo afirma que o episódio comprovou “a diferença entre quem vota conforme conveniências e conchavos palacianos e quem vota para defender princípios”, e menciona a frase de Olavo de Carvalho segundo a qual “a covardia política abre espaço para tiranias graduais”. Ele conclui afirmando que a prisão de Silveira significou “o início da ditadura do judiciário em que vivemos e o retorno de Lula ao local do crime”.

No PL mineiro, a manifestação reacendeu críticas internas ao voto de Domingos Sávio, considerado por integrantes da ala mais conservadora como um gesto que “apunhalou o cerne do bolsonarismo”. Trata-se de uma das principais objeções levantadas hoje na relação entre as duas alas: a ideológica, representada por Caporezzo, e a institucional, liderança de Domingos.

O cenário tem impacto potencial nas articulações para 2026. Embora Jair Bolsonaro tenha afirmado não ter interesse direto no governo mineiro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) vem negociando uma aproximação com o vice-governador Mateus Simões (PSD). Caso essa composição avance, o plano inicial, feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que colocaria Domingos e Caporezzo como nomes do PL ao Senado, pode ser alterado. Domingos manteria a pré-candidatura, enquanto a segunda vaga poderia ser destinada a um nome indicado pelo grupo ligado a Simões, entre eles o do secretário da Casa Civil Marcelo Aro (PP).

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Interlocutores avaliam que o texto de Caporezzo tensiona ainda mais o processo de definição das candidaturas majoritárias e reforça o conflito entre identidade ideológica e articulação política no PL mineiro.

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