Câncer de testículo: diagnóstico precoce aumenta chance de cura
Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica alerta para os fatores de risco e sinais de surgimento da doença, que afeta principalmente homens jovens
compartilhe
Siga noO câncer de testículo, que representa de 1% a 5% do total de casos de câncer entre os homens, é mais prevalente na faixa etária entre 15 e 35 anos de idade. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) alerta para os sinais, fatores de risco e tratamento dessa doença.
- Hormônios e estética: até onde vale arriscar a saúde?
- Câncer de testículo: seis a cada dez mortes são em pacientes abaixo dos 40
De acordo com o oncologista clínico e coordenador do Comitê de Tumores Geniturinários da SBOC, Fernando Maluf, é essencial que os homens conheçam os sintomas do câncer de testículo e saibam quando procurar um especialista. “O sintoma mais comum é o crescimento progressivo de um dos testículos, geralmente percebido ao longo de semanas ou meses, podendo ou não vir acompanhado de dor ou endurecimento da região”, detalha.
Um dos principais fatores de risco está associado à atrofia testicular decorrente de um defeito na migração do testículo ainda na fase fetal. “Durante o desenvolvimento do feto, os testículos se formam na cavidade abdominal e descem para a bolsa testicular antes do nascimento. Quando isso não ocorre de forma adequada, o risco de câncer de testículo aumenta”, explica.
Leia Mais
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico precoce é o principal aliado no combate à doença. Embora não haja um método preventivo eficaz, a realização do autoexame e a atenção a qualquer alteração testicular são fundamentais. “Nem todo aumento de volume no testículo é sinal de câncer, mas apenas um médico poderá fazer essa diferenciação com acurácia”, reforça Fernando.
- Biomarcadores bioquímicos podem ajudar na detecção precoce de tumor
- Estudo relaciona câncer de testículo ao uso de maconha
Segundo o especialista, o câncer de testículo é tratável com cirurgia e quimioterapia, e grande parte dos efeitos colaterais do tratamento é reversível. “Em casos de risco de infertilidade, podem ser indicadas medidas como o congelamento de espermatozoides antes do início da quimioterapia. A reposição de testosterona também pode ser avaliada, caso os níveis hormonais sejam impactados após a remoção do testículo”, afirma.
É comum surgirem dúvidas sobre possíveis causas da doença, mas o especialista esclarece que traumas nos testículos ou o hábito de andar de bicicleta não causam câncer. “Muitas vezes, o tumor é descoberto após uma pancada, mas ela não é a causa da doença — é apenas um evento que levou ao diagnóstico. O mais importante é que os homens estejam atentos a alterações nos testículos e procurem um médico assim que possível para uma investigação”, explica.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia