Homem sentado esperando médico

Homem sentado esperando m�dico

Freepik

Sem correla��o com fatores ambientais, e ainda que corresponda a 5% do total de casos de c�ncer entre os homens, segundo o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), o tumor do test�culo vem aumentando entre os mais jovens, com idade entre 15 e 40 anos. Nessa fase, dados do Minist�rio da Sa�de revelam que existe chance de o tumor ser confundido, ou at� mesmo mascarado, por um processo inflamat�rio do epid�dimo e dos test�culos, chamado de orquiepididimite.

"A orquiepididimite pode ser causada por bact�ria, como a Escherichia coli, respons�vel por infec��es renais, gonorreia ou clam�dia, durante a rela��o sexual, ou ainda por trauma. Seu principal sintoma � incha�o doloroso em um ou ambos os test�culos, manifesta��o semelhante � da neoplasia: volume aumentado de um ou ambos os test�culos, ou n�dulo, que pode ser doloroso", descreve o coordenador de Urologia e Cirurgia Rob�tica do Hospital Vila da Serra, Jos� Eduardo T�vora.

Mais de 95% dos c�nceres de test�culo s�o de c�lulas germinativas, como explica o oncologista especialista em tumores geniturin�rios da Oncocl�nicas Belo Horizonte, Fl�vio C�rcano. "� o tumor s�lido mais frequente no adulto jovem. Durante a embriog�nese (processo em que o embri�o se desenvolve), podem ocorrer altera��es na migra��o de c�lulas respons�veis por dar origem ao test�culo, que ficam adormecidas. Ao entrar na puberdade, a produ��o dos horm�nios provoca naquelas c�lulas alteradas e adormecidas uma forma��o de tumor germinativo, de crescimento r�pido, com capacidade de se disseminar, e mais incidente na popula��o entre 20 e 40 anos", elucida.

Leia tamb�m: Quem tem anemia corre mais risco em contrair gripe?

O oncologista Flávio Cárcano

Segundo o m�dico Fl�vio C�rcano, o c�ncer de test�culo � considerado a doen�a mais cur�vel dentro da oncologia

Arquivo Pessoal
O oncologista acrescenta que tamb�m s�o considerados fatores de risco ter tido o tumor em um dos test�culos, criptorquidia, condi��o na qual uma ou ambas as g�nadas masculinas n�o descem para a bolsa escrotal, e microcalcifica��es. "Se a criptorquidia for detectada � preciso corrigir o problema. Em rela��o �s microcalcifica��es, a maioria dos homens s� descobre que as tem durante exame de ultrassonografia da bolsa escrotal, comumente realizado para investiga��o de infertilidade", relata.

Segundo Fl�vio C�rcano, o c�ncer de test�culo � considerado a doen�a mais cur�vel dentro da oncologia. "O tratamento mais usual � a orquiectomia inguinal radical, cirurgia em que o test�culo � removido e, se necess�rio, coloca-se uma pr�tese de silicone. S�o poucas as ocorr�ncias de met�stase, quando a les�o se desprende do tumor prim�rio e migra principalmente para a regi�o abdominal, causando dor nas costas, sensibilidade e aumento de volume abdominal. Neste caso, a terap�utica recomendada � a quimioterapia, e a radioterapia para situa��es espec�ficas. Ap�s o tratamento, alguns pacientes podem ter um tumor residual, sendo necess�rio fazer uma cirurgia de ressec��o, suscet�vel a complica��es como ejacula��o retr�grada, ou seja, ao inv�s de ejacular pela uretra, o homem ejacula para dentro da bexiga, o que pode impactar a fertilidade e qualidade de vida", observa.

José Eduardo Távora

"A abordagem minimamente invasiva garante uma alta hospitalar e recupera��o mais precoces", diz o coordenador de Urologia e Cirurgia Rob�tica do Hospital Vila da Serra, Jos� Eduardo T�vora

Arquivo Pessoal
A ressec��o do res�duo do c�ncer pode ser feita por meio da cirurgia rob�tica, sistema que oferece imagem em alta defini��o e tridimensional, e aumenta o campo de vis�o em at� 12 vezes o tamanho original. "A abordagem minimamente invasiva garante uma alta hospitalar e recupera��o mais precoces, pois reduz a les�o dos tecidos e o sangramento, consequentemente diminui os riscos de complica��es. Os cuidados p�s-operat�rios s�o os mesmos em compara��o com uma cirurgia tradicional", finaliza Jos� Eduardo T�vora.