Redes sociais viraram palco para gurus do emagrecimento que espalham desinforma��o
Em meio a dietas milagrosas com resultados inating�veis, influenciadores de nutri��o buscam trazer conhecimento para as redes sociais. Al�m de receitas saud�veis e acess�veis para a popula��o, esses profissionais formados ensinam como o funcionamento corporal pode ser comprometido com uma m� alimenta��o, pobre em nutrientes e sem o aporte cal�rico necess�rio.
A nutricionista e professora da Unigranrio, unidade de Nova Igua�u, Jorgiane Villar, posta conte�dos sobre alimenta��o no Instagram (@nutri.jovillar) desde 2015. Atrav�s das publica��es, a profissional especializada em nutri��o biofuncional traz exemplos aplic�veis ao pr�prio dia a dia em consult�rio e defende a necessidade de uma abordagem individualizada no meio nutricional. O que parece �bvio pode servir de dica simples e efetiva.
"Uma das principais orienta��es para quem busca um estilo de vida saud�vel � aumentar a ingest�o de �gua, consumir com mais frequ�ncia frutas, verduras, legumes, cereais integrais, carnes magras, e evitar os excessos de a��cares e gorduras. As restri��es alimentares severas n�o mudam h�bitos, por isso, n�o recomendamos dietas r�gidas. Apesar disso, esses m�todos costumam ser divulgados sem cuidado algum no meio digital", ressalta Jorgiane.
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O interesse geral do p�blico sobre nutri��o e vida fitness tem crescido entre os brasileiros. Segundo um estudo de 2023 divulgado pela GSK, empresa global de pesquisas, 70% da popula��o brasileira tem interesse por alimenta��o saud�vel. O percentual � 9% maior que a m�dia global. Al�m disso, 86% das pessoas no Brasil optam por alimentos nutritivos. No resto do mundo, esse percentual � de 63%.
"Observamos atualmente uma maior preocupa��o com os h�bitos de vida saud�veis, justamente pelo fato de termos mais acesso �s informa��es e aos servi�os de sa�de. Manter o peso adequado, praticar atividade f�sica regularmente e evitar os alimentos processados e ultra processados, s�o recomenda��es conhecidas, mas que vem sendo refor�adas no �mbito digital", conta a nutricionista.
A partir dessa demanda, a produ��o de conte�dos digitais sobre o tema expandiu de tal maneira que motivou o Conselho Federal de Nutri��o (CFN) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) a estabelecerem medidas para a veicula��o segura de informa��o. Desde 2011, o CFM veta a exposi��o de pacientes como forma de "divulgar t�cnica, m�todo ou resultado de tratamento", mesmo com a autoriza��o do pr�prio divulgado. A cont�nua publica��o de conte�dos desse tipo, no entanto, permanece j� que n�o foram determinadas penalidades claras para aqueles que descumprissem a regra.
O Artigo 58 do C�digo de �tica dos nutricionistas tamb�m pro�be a divulga��o de imagens do "antes e depois" de procedimentos em m�dias sociais, como sites, blogs, Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e WhatsApp. Mesmo com a proibi��o, os pr�prios profissionais da categoria costumam patrocinar posts e stories com supostas imagens de pacientes como casos de sucesso.
"As redes sociais s�o ferramentas essenciais para auxiliar o profissional nutricionista a divulgar orienta��es sobre alimenta��o saud�vel. Por�m, � importante que o conte�do seja pautado em evid�ncias cient�ficas e em acordo com os principais guias alimentares dispon�veis pelo Minist�rio da Sa�de para a propaga��o de informa��es seguras e com respaldo", aponta Jorgiane.
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