Remédio de pressão faz o cabelo cair? Entenda a ligação
A queda de cabelo pode ser um efeito colateral de alguns medicamentos para hipertensão; saiba o que fazer e quando procurar ajuda médica
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Siga noA hipertensão é um problema crônico que exige tratamento contínuo. Mas, para muitas pessoas, o início do uso de remédios para controlar a pressão vem acompanhado de uma surpresa, a queda de cabelo. Embora nem sempre o sintoma esteja diretamente relacionado ao medicamento, ele pode sim ser um dos efeitos colaterais de algumas substâncias usadas no tratamento.
Esse tipo de alteração costuma ser mais frequente nos primeiros meses após o início da medicação ou mudança da dose. Mas é importante diferenciar se a queda está associada ao remédio, à própria condição de saúde do paciente ou a outros fatores, como estresse ou alimentação desequilibrada.
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Por que acontece a queda de cabelo?
A relação entre os remédios e a queda capilar tem a ver com o chamado eflúvio telógeno, uma condição em que os fios entram precocemente na fase de queda. Isso pode ser desencadeado por estresse no organismo, alterações hormonais ou o uso de certos medicamentos.
No caso dos remédios para hipertensão, o impacto pode vir tanto da ação química da substância quanto da adaptação do corpo ao tratamento. Em alguns casos, o organismo se ajusta após algumas semanas e a queda se estabiliza.
Quais remédios de pressão podem causar queda de cabelo?
Nem todos os medicamentos para pressão apresentam esse efeito, mas algumas classes têm maior chance de afetar o ciclo capilar. Entre os mais associados à queda estão:
- Betabloqueadores: como propranolol e atenolol;
- Diuréticos tiazídicos: como hidroclorotiazida;
- IECA (inibidores da enzima conversora da angiotensina): como enalapril.
Essas medicações podem interferir na fase de crescimento dos fios, acelerando a queda ou afinando os cabelos ao longo do tempo. Ainda assim, vale lembrar que nem todo paciente vai apresentar esse efeito.
A culpa é sempre do remédio?
Não necessariamente. A própria hipertensão, quando mal controlada, pode afetar a circulação sanguínea e prejudicar a saúde dos folículos capilares. Além disso, fatores como deficiência de ferro, problemas na tireoide, diabetes e distúrbios emocionais também contribuem para a queda.
Por isso, antes de culpar o medicamento, o ideal é investigar as causas com acompanhamento médico. A troca de medicação ou ajustes de dose só devem ser feitos com orientação profissional.
Quando procurar um clínico ou dermatologista?
Se a queda de cabelo for intensa, persistente ou vier acompanhada de outros sintomas, como coceira, dor no couro cabeludo, alterações na pele ou enfraquecimento das unhas, é fundamental procurar um clínico ou dermatologista.
Levar informações como a data de início da medicação, intensidade da queda e presença de histórico familiar ajuda a direcionar o diagnóstico. Em alguns casos, exames de sangue podem ser solicitados para verificar deficiências nutricionais ou alterações hormonais.
O que pode ser feito para amenizar?
Enquanto investiga a causa com o médico, algumas medidas podem ajudar:
- evitar tratamentos agressivos no cabelo, como alisamentos e colorações frequentes;
- manter uma alimentação equilibrada, rica em proteínas, ferro e vitaminas;
- reduzir o estresse com técnicas de relaxamento ou atividade física leve;
- usar xampus fortalecedores com orientação dermatológica.
Em casos específicos, o médico pode sugerir a substituição do remédio por outro com menos impacto capilar ou indicar suplementos que ajudem na recuperação dos fios.
A queda é reversível?
Na maioria dos casos, sim. Quando relacionada ao uso de medicamentos, a queda costuma cessar após a troca ou ajuste da dose, e os fios voltam a crescer normalmente. No entanto, isso pode levar alguns meses, pois o ciclo capilar leva tempo para se restabelecer.
O mais importante é não interromper o uso da medicação por conta própria. O controle da pressão arterial é essencial para prevenir problemas sérios, como AVC e infarto, e não deve ser comprometido por questões estéticas sem o devido acompanhamento médico.