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Saiba como é o novo teste do SUS para detectar câncer de colo do útero

Tecnologia nacional permite rastrear a doença precocemente

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Desde 15 de agosto, o Ministério da Saúde passou a oferecer, via Sistema Único de Saúde (SUS), o teste de biologia molecular DNA-HPV, indicado para o rastreamento organizado do câncer de colo do útero.

A tecnologia detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou de câncer em estágios iniciais, mesmo em mulheres assintomáticas.



Além de conferir maior sensibilidade diagnóstica, o teste reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos maiores entre as coletas quando o resultado for negativo. "Por ser mais eficaz, a nova tecnologia permite ampliar os intervalos de rastreamento para até cinco anos, aumentando a eficiência e reduzindo custos”, explica o Ministério da Saúde.

Outra vantagem do teste, de acordo com a pasta, é o rastreamento equitativo e de alta performance, que permite alcançar mulheres em áreas remotas ou onde há menor oferta de serviços em saúde.

Coleta

Produzida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a tecnologia vai substituir o exame citopatológico popularmente conhecido como papanicolau, que passará a ser realizado apenas para confirmação de casos em que o teste molecular der positivo.

No teste de DNA, a coleta é similar à do papanicolau e envolve a secreção do colo do útero, portanto, a mulher ainda precisa passar por um exame ginecológico. No entanto, ao invés de colocar a secreção em uma lâmina, ela é colocada em um tubo com líquido conservante, que vai para o laboratório, onde é feita a pesquisa do DNA do vírus.

É importante lembrar que o Brasil disponibiliza, por meio do SUS, a vacina quadrivalente contra o HPV para:

- Meninas e meninos de 9 a 14 anos

- Homens e mulheres transplantados

- Pacientes oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia

- Pessoas vivendo com HIV/Aids

- Vítimas de violência sexual

Na rede privada, há ainda a disponibilidade da vacina nonavalente, que protege contra os nove tipos mais comuns de HPV e oferece 90% de proteção contra o câncer de colo de útero, recomendada para homens e mulheres entre 9 e 45 anos.

Implementação

A incorporação do teste na rede pública, no início de 2024, passou pela avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais precisa que a atualmente ofertada no SUS.

A tecnologia, 100% nacional, será ofertada inicialmente nos seguintes estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e no Distrito Federal.

Essas localidades, segundo o ministério, foram contempladas por contarem com serviços de referência para colposcopia e biópsia, garantindo fluxo assistencial completo para mulheres que apresentarem resultados alterados no teste.

A implementação começa com um município em cada estado e será ampliada conforme a finalização da substituição do método. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública em todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres com idade entre 25 a 64 anos todos os anos.

HPV

De acordo com o ministério, o HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, terceiro tipo de câncer mais incidente em mulheres, com 17 mil novos casos estimados por ano no triênio 2023-2025.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam 15 casos da doença para cada grupo de 100 mil mulheres no Brasil. “Por isso, a oferta do novo modelo de rastreamento é considerada um marco para a saúde da mulher”, destacou a pasta.

O câncer do colo do útero, segundo a pasta, segue como o que mais mata mulheres no Nordeste brasileiro. No Brasil, são 20 mortes por dia - até seis vezes mais que os casos de feminicídio em alguns estados.

Testagem

Recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a testagem de HPV é considerada padrão ouro para a detecção de casos de câncer de colo de útero e integra as estratégias propostas pela entidade para a eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.

A OMS estabeleceu uma tríade, que objetiva sua prevenção e, posterior, erradicação:

- 90% de vacinação das meninas até os 15 anos contra o HPV

- 70% das mulheres avaliadas com teste de alto desempenho aos 35 e aos 45 anos

- 90% das mulheres diagnosticadas tratadas adequadamente

Assim, entende-se que tão importante quanto o rastreamento e diagnóstico precoce, é a vacinação para prevenção da infecção pelo HPV. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal em 2024 para o HPV atingiu mais de 82% entre meninas de 9 a 14 anos. Para os meninos da mesma faixa etária, a taxa ficou em cerca de 67%.

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